ATA DA CENTÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 11-11-2015.

 


Aos onze dias do mês de novembro do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr. Goulart, Dr. Raul Fraga, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Ezequiel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Séfora Gomes Mota e Sofia Cavedon. À MESA, foram encaminhados: os Projetos de Lei do Legislativo nos 219, 222 e 224/15 (Processos nos 2222, 2253 e 2264/15, respectivamente), de autoria de Alberto Kopittke; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 027/15 (Processo nº 1872/15), de autoria de Cassio Trogildo; o Projeto de Lei do Legislativo nº 241/15 (Processo nº 2441/15), de autoria de João Carlos Nedel; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/14 (Processo nº 1718/14), de autoria de Mauro Pinheiro; e Projeto de Lei do Legislativo nº 200/15 (Processo nº 2032/15), de autoria de Mônica Leal. Ainda, foram apregoados os Ofícios nos 1200 e 1201/15, do Prefeito, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 038 e 039/15 (Processos nos 2559 e 2560/15, respectivamente). Também, foi apregoado o Ofício nº 202/15, do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – SIMPA. A seguir, foi apregoado o Memorando nº 022/15, de autoria de Bernardino Vendruscolo, informando, nos termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento, que estará, hoje, em reuniões no Ministério Público Estadual e no Ministério Público de Contas do Estado, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 947 e 998/15, de Graça Cristina Freire de Campos, Coordenadora de Filial – GIGOV/PO – da Caixa Econômica Federal. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Mauro Pinheiro, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 213, 221 e 235/15; em 2ª Sessão os Projetos de Lei do Legislativo nos 211/15, 237/14, este discutido por Sofia Cavedon, Dr. Raul Fraga, Clàudio Janta e Engº Comassetto, 170/15, este discutido por Prof. Alex Fraga, e o Projeto de Lei do Executivo nº 036/15. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria de Idenir Cecchim, Líder da Bancada do PMDB, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde a Professor Garcia, do dia oito de novembro ao dia sete de dezembro do corrente, tendo o Presidente declarado empossado na vereança o suplente Dr. Raul Fraga, informando que Sua Senhoria integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude. Na oportunidade, foram apregoadas Declarações de autoria de Idenir Cecchim, Líder da Bancada do PMDB, informando o impedimento dos suplentes André de Oliveira Carús e Lindomar Antonio Possa em assumir a vereança do dia dezoito ao dia vinte e dois de agosto do corrente. Também, foi aprovado Requerimento de autoria de Fernanda Melchionna, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares do dia onze ao dia dezessete de novembro do corrente, tendo o Presidente declarado empossado na vereança o suplente João Ezequiel, informando que Sua Senhoria integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Nereu D'Avila, Engº Comassetto, Bernardino Vendruscolo, Jussara Cony e Sofia Cavedon. Às quinze horas e quarenta e um minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em seguida, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Cassio Trogildo, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Após, foram votados conjuntamente e aprovados Requerimentos de autoria de Idenir Cecchim, solicitando o adiamento da discussão, por duas sessões, do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/14 e do Projeto de Lei do Executivo nº 024/14 (Processos nos 1631 e 1632/14, respectivamente). Ainda, foram aprovados Requerimentos de autoria de Kevin Krieger, solicitando o adiamento da votação, por uma sessão, do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/12 (Processo nº 0112/12) e o adiamento da discussão, por três sessões, do Projeto de Lei do Executivo nº 006/14 (Processo nº 0279/14). Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 142/15 (Processo nº 2567/15). A seguir, foi apregoada a Emenda nº 01, assinada por Reginaldo Pujol, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/14 (Processo nº 1631/14). Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 114/13 (Processo nº 1275/13), após ser discutido por Alberto Kopittke, Sofia Cavedon, Prof. Alex Fraga, Clàudio Janta, Mario Manfro, Alberto Kopittke, Dr. Goulart, Jussara Cony, Reginaldo Pujol, este duas vezes, Kevin Krieger, Dr. Raul Fraga e Engº Comassetto. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 114/13, Marcelo Sgarbossa e João Bosco Vaz cederam seus tempos de discussão a Alberto Kopittke e Reginaldo Pujol, respectivamente. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 03, assinada por Alberto Kopittke e Engº Comassetto, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 114/13, e foi aprovado Requerimento de autoria de Engº Comassetto, solicitando dispensa do envio dessa Emenda à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foi apregoada a Emenda nº 02, assinada por Idenir Cecchim, João Carlos Nedel e Mauro Pinheiro, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 065/15 (Processo nº 0742/15), e foi aprovado Requerimento de autoria de Mauro Pinheiro, solicitando dispensa do envio dessa Emenda à apreciação de Comissões Permanentes. Foi rejeitado Requerimento verbal formulado por Alberto Kopittke, solicitando a retirada do Projeto de Lei do Legislativo nº 114/13 da priorização para a Ordem do Dia, por onze votos SIM, dezoito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada por Kevin Krieger, tendo votado Sim Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Engº Comassetto, João Ezequiel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Cassio Trogildo, Dr. Goulart, Dr. Raul Fraga, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e optado pela Abstenção Mônica Leal. Foi rejeitado Requerimento de autoria de Alberto Kopittke, solicitando o adiamento, por cinco Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 114/13, por oito votos SIM, quinze votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação por Alberto Kopittke e Idenir Cecchim, em votação nominal solicitada por Paulo Brum, tendo votado Sim Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Engº Comassetto, João Ezequiel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Cassio Trogildo, Dr. Goulart, Dr. Raul Fraga, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e optado pela Abstenção Delegado Cleiton, Mônica Leal e Séfora Gomes Mota. Após, foi apregoado Requerimento de autoria de Alberto Kopittke, deferido pelo Presidente, solicitando a votação em destaque das Emendas nos 01, 02 e 03 apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 114/13. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 114/13, por sete votos SIM, dezoito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação por Alberto Kopittke, Marcelo Sgarbossa, Sofia Cavedon e Clàudio Janta, em votação nominal solicitada por Kevin Krieger, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Engº Comassetto, João Ezequiel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e optado pela Abstenção Mônica Leal. Na oportunidade, foi constatada a existência de quórum deliberativo, em verificação solicitada por Sofia Cavedon. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 114/13, por onze votos SIM, doze votos NÃO e cinco ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por Alberto Kopittke, Reginaldo Pujol, Engº Comassetto, Clàudio Janta, Prof. Alex Fraga e Mario Manfro, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta e Kevin Krieger, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Raul Fraga, Engº Comassetto, João Ezequiel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol, Séfora Gomes Mota e Waldir Canal e optado pela Abstenção Cassio Trogildo, Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Mônica Leal e Paulinho Motorista. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 114/13, por sete votos SIM, dezenove votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por Alberto Kopittke, Marcelo Sgarbossa, Reginaldo Pujol e Clàudio Janta, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Engº Comassetto, João Ezequiel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dr. Goulart, Dr. Raul Fraga, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol, Séfora Gomes Mota e Waldir Canal e optado pela Abstenção Delegado Cleiton, Mônica Leal e Tarciso Flecha Negra. Foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 114/13, por dez votos SIM, quatorze votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação por Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, em votação nominal solicitada por Dr. Goulart, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr. Raul Fraga, Engº Comassetto, João Ezequiel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Dr. Goulart, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol e Séfora Gomes Mota e optado pela Abstenção Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Mônica Leal e Tarciso Flecha Negra. Na ocasião, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Delegado Cleiton, solicitando a prorrogação da Sessão, nos termos regimentais, por vinte e sete votos SIM e um voto NÃO, em votação nominal solicitada por Sofia Cavedon, tendo votado Sim Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Raul Fraga, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Ezequiel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e votado Não Nereu D'Avila. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Delegado Cleiton, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na priorização da Ordem do Dia, por vinte e um votos SIM e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada por Reginaldo Pujol, tendo votado Sim Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Raul Fraga, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, João Bosco Vaz, João Ezequiel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Séfora Gomes Mota, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e optado pela Abstenção Bernardino Vendruscolo. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 065/15 (Processo nº 0742/15), o qual teve sua votação suspensa, em face da inexistência de quórum deliberativo. Foi votada a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 065/15, a qual obteve um voto SIM e dezesseis votos NÃO, em votação nominal solicitada por Cassio Trogildo, tendo votado Sim Reginaldo Pujol e votado Não Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Engº Comassetto, João Bosco Vaz, João Ezequiel, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Séfora Gomes Mota, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra, votação esta declarada nula em face da inexistência de quórum deliberativo. Durante a votação da Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 065/15, Mauro Pinheiro afastou-se da presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Durante a sessão, Cassio Trogildo, Marcelo Sgarbossa e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezenove horas e nove minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a sessão ordinária da próxima quinta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos por Mauro Pinheiro e Jussara Cony e secretariados por Delegado Cleiton. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito a alteração da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar na Pauta. Após retornamos à ordem normal.

Em votação o Requerimento de autoria desta Presidência. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2142/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 213/15, de autoria do Ver. Dr. Thiago, que denomina Rua Antônio Carlos Ribeiro o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 5108 – Loteamento Portal do Guarujá 2 –, localizado no Bairro Guarujá.

 

PROC. Nº 2251/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 221/15, de autoria do Ver. Paulinho Motorista, que denomina Rua João Francisco Dresch o logradouro não cadastrado conhecido como Beco 2100, localizado no Bairro Lageado.

 

PROC. Nº 2383/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 235/15, de autoria do Ver. Dr. Raul Fraga, que inclui a efeméride Dia da Reflexão para a Valorização e a Qualificação da Profissão de Professor no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, no dia 15 de cada mês ou, no caso de esse ocorrer em sábado ou domingo, no dia útil que lhe for mais próximo, a critério de cada instituição.

 

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2566/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 237/14, de autoria do Ver. Dr. Raul Fraga, que obriga a oferta de, no mínimo, 1 (um) posto de saúde 24h (vinte e quatro horas) por Região do Orçamento Participativo no Município de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 1852/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/15, de autoria da Verª Fernanda Melchionna e do Ver. Prof. Alex, que permite a liberação da catraca na utilização dos serviços de transporte coletivo por ônibus às crianças de até 6 (seis) anos, sem a passagem por debaixo desse dispositivo. Com Emenda nº 01.

 

PROC. Nº 2109/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 211/15, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que inclui a efeméride Semana Municipal do Garçom no Anexo de Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, na semana que compreender o dia 11 de agosto.

 

PROC. Nº 2503/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 036/15, que cria no âmbito do Município de Porto Alegre a Central de Conciliação, composta de Câmara de Indenizações Administrativas, Câmara de Mediação e Conciliação e Câmara de Conciliação de Precatórios.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Vereador-Presidente Mauro Pinheiro, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, nossa tarde de hoje começa com a Pauta, e eu comento um projeto, uma proposta do Ver. Dr. Raul Fraga, que obriga a ter, no mínimo, um posto de saúde 24 horas por região do Orçamento Participativo. Obviamente, o nosso Professor Dr. Raul sabe, como médico, da enorme demanda e do quanto – Dr. Raul, que está presente – a nossa população acaba se aglutinando nos hospitais, nas emergências dos hospitais, nas emergências dos planos privados que hoje, se não estão no mesmo tempo, às vezes, até em maior tempo de espera do que o Sistema Único de Saúde nas situações de emergência. E, de fato, a saúde de Porto Alegre precisa de descentralização, investimento na descentralização. Mas, nós estamos vivendo uma situação muito dramática, que é a situação do Estado, o Estado do Rio Grande do Sul, em especial, quando, pela primeira vez, nos quatro anos do Governo Tarso, os hospitais regionais receberam recursos, estavam recuperando a sua capacidade de atendimento, inclusive, na emergência – era o caso de Esteio, era o caso da região carbonífera. Infelizmente, o ano de 2015, um ano desastroso para a saúde, o Estado simplesmente recolheu-se e não repassou mais recursos, como era no período do Governo Yeda. A situação da emergência 24 horas, as UPAs. Os Municípios estão, de fato, com problemas bem sérios, porque a UPA é muito cara; o convênio do Governo Federal, que constrói, não é um convênio que cobre todo o custeio. O custeio é muito caro, e estava-se construindo, no período do Governador Tarso, uma parceria, Município, Estado e União, para abrir as UPAs, as quais não têm essa condição com a redução da participação do Estado com a situação de ajuste federal, a quem temos críticas frontais. Muitos Municípios construíram e estão com problemas seriíssimos para abrir as UPAs, com problema de depredação, algum problema de tensão das comunidades. E nós entendemos que a saúde tem sido tratada, infelizmente e especialmente pelos Governos de Estado – e não é de agora, no Governo Yeda, eu me lembro de que Porto Alegre não recebia um centavo do Governo do Estado para a saúde. Tanto que, durante o Governo Tarso, reduziu a necessidade de comprometimento orçamentário em saúde, porque começou a receber do Governo do Estado. Então, chegaram já a percentuais altíssimos – não tenho aqui os dados agora –, baixaram, e, se o Governo Sartori não começar a repassar para os Municípios, o Município de Porto Alegre entrará em uma crise muito séria.

Eu vejo aqui os militantes do bairro Farrapos. Eu sei o quanto brigaram para que seus postos de saúde tivessem médicos, e eu acredito que deve haver muito poucos. Recebi, ontem, uma comissão, inclusive, da Unidade de Saúde Básica Ceres, aqui do Partenon, que dizia que, com a municipalização, eles perderam os alunos residentes da PUC, e hoje eles têm um médico para 12 mil famílias, um médico generalista e uma enfermeira padrão, e isso é muito pouco, obviamente, para atender à comunidade, à porta de entrada da comunidade, e aí as comunidades vão parar na emergência.

Aqui, no Posto de Saúde Modelo, a informação que eu tenho é de que, se não acordar às 5h da manhã, não vai conseguir uma ficha. Nós continuamos com a situação de ter que madrugar para conseguir uma consulta. É claro que o Dr. Raul propõe que tenha em cada região um posto 24 horas. Não é fácil numa conjunção como essa, mas assim como o PA da Lomba do Pinheiro, uma luta longa daquela comunidade, acabou se tornando estratégica, assim como é a da Bom Jesus, me parece que é uma meta importante a perseguir. Agora, o compromisso de cada ente federado com a saúde é fundamental.

Eu quero aqui encerrar dizendo, Ver. Dr. Raul, que eu defendo a retomada da CPMF para os mais altos salários e para a saúde, com controle social. É preciso que quem ganha mais, que paga muito pouco imposto de renda, pague os direitos da população que precisa.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim, na condição de Líder da Bancada do PMDB e nos termos do art. 218, § 6º do Regimento, solicita Licença para Tratamento de Saúde para o Ver. Professor Garcia no período de 8 de novembro a 7 de dezembro de 2015. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Dr. Raul Fraga, que integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, em função da impossibilidade de os Suplentes André de Oliveira Carús e Lindomar Antonio Possa assumirem a Vereança.

A Ver.ª Fernanda Melchionna solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 11 a 17 de novembro de 2015. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. João Ezequiel, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana.

O Ver. Prof. Alex Fraga está com palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde senhoras e senhores que acompanham os trabalhos, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. Eu me inscrevi em período de discussão de Pauta justamente para colocar em discussão um projeto que é de minha autoria – assinado, também, pela Ver.ª Fernanda Melchionna –, que trata da liberação da catraca do transporte coletivo de Porto Alegre para crianças de até seis anos. O projeto que eu propus é uma tentativa de fazer com que essas crianças possam usar a gratuidade que elas já apresentam, porém, de uma forma mais digna. Para mim, é extremamente indigno que a criança, para usufruir a gratuidade a que tem direito, tenha que se esfregar pelo chão para passar por baixo da catraca, ou, então, que os seus responsáveis sejam obrigados a lançá-las por cima da roleta. Isso é terrível! As pessoas que estão acompanhando os nossos pequenos estão sujeitas a terem algum tipo de lesão, como um machucado nas costas, uma torção, uma luxação. E, com relação aos pequenos, é extremamente degradante e humilhante que as crianças sejam obrigadas, para usufruírem essa gratuidade, obrigá-las a passar se esfregando no chão. Esse inverno foi terrível, de muita chuva. E o que é direito dos pequenos, obrigatoriamente, eles tinham que fazer essa manobra sujando as roupas, passando o dia inteiro enlameado. E com essa manobra, a criança também está sujeita a lesões, porque o ônibus em movimento pode fazer com que bata a cabeça, torça um braço, avarie seus pertences, como sapatos, mochilas.

Tive a iniciativa deste projeto de lei justamente para dar mais dignidade aos nossos pequenos menores de seis anos e aos seus responsáveis legais garantindo mais segurança a eles na utilização do transporte coletivo.

Peço assim a compreensão de todos os Vereadores e o apoio a este projeto que está em 2ª Sessão e, portanto, vai tramitar nas nossas comissões. É impossível que em pleno século XXI obriguemos nossos pequenos a tal atrocidade. Uma cidade mais humana que pensa primeiramente na sua população precisa abolir certas práticas, e essa é uma das que há muito tempo me incomoda.

Esse projeto foi construído em parceria com o amigo Francisco, morador da Zona Norte, do Rubem Berta. Ele me mostrou que esse tema é sensível a ele. Francisco é de São Paulo. Trocamos ideias pelo Facebook e descobrimos que em outras cidades do País esse mesmo projeto já foi proposto. A ideia é simples: que as crianças não sejam mais obrigadas a passarem por baixo da roleta. As empresas, o Executivo podem viabilizar essa ideia permitindo o acesso pela outra porta ou que o próprio cobrador libere a catraca para as crianças. Temos que ter a responsabilidade de evitar lesões, danos, prejuízos para essas crianças. Elas não podem mais continuar se esgueirando pelo chão do transporte coletivo como se fossem pequenos vermes; eles são seres humanos, eles precisam de dignidade, embora ainda sejam pequenos.

Para maior dignidade da nossa população e das nossas futuras gerações, temos uma proposta, espero o apoio de todos os Vereadores. Sigamos com o nosso trabalho. Boa tarde. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Raul Fraga está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DR. RAUL FRAGA: Boa tarde, Presidente Mauro, colegas Vereadores, todos que nos assistem, eu venho à tribuna para pedir o apoio a dois projetos de minha autoria que estão na Sessão de Pauta no dia de hoje. O primeiro se refere à área da Saúde. Eu tenho, como médico de saúde pública, mais de 35 anos de atuação na linha de frente da saúde pública de Porto Alegre, e tenho identificado, ao longo deste tempo, um problema crônico na nossa saúde pública que é a falta de atendimento dos postos de saúde após as 17h, 18h, diariamente, e a sua não abertura aos finais de semana. Então, me veio a ideia de fazer uma proposição para dar mais dignidade ao atendimento dos usuários da saúde da nossa Cidade, do nosso SUS, que é fazer com que a população tenha à sua disposição, no mínimo, um posto de saúde 24 horas por região do OP, do Orçamento Participativo. Usei o Orçamento Participativo como referência, justamente pela importância que ele tem para a cidadania de Porto Alegre. Nós já temos, em cinco regiões, pelo menos cinco postos 24 horas. Teríamos que otimizar esse processo com o remanejamento dos funcionários existentes. Locais há, não precisariam ser feitos, porque os locais já existem, e o que mais vale, na atenção à saúde, não é o local, é o profissional dar um bom atendimento.

Então, o objetivo deste projeto que eu denominei “upinhas”, é que as pessoas tenham, na sua região do Orçamento Participativo, pelo menos um posto 24 horas para o atendimento das suas necessidades básicas na área da Saúde.

Não é um hospital, não é uma UPA, é um atendimento de primeira necessidade, de atenção primária à saúde e, em alguns casos, secundária, mas que vai facilitar, enormemente, a vida das pessoas no sentido de não estarem se acotovelando nas emergências hospitalares, ficando horas esperando, saindo, muitas vezes, com uma doença que não tinham quando lá chegaram, em função do volume de pessoas e doenças a que ficam expostas nas nossas emergências, inclusive na própria UPA da Zona Norte, que também tive uma participação muito grande para que acontecesse. Porque essa questão das UPAs vem desde 2009 aqui no Estado, e como Vereador, tive a oportunidade de levantar e esclarecer o que era UPA. As pessoas, na época, pensavam que UPA era pular em cima de um cavalinho e fazer: upa, upa. Não sabiam que tinha a ver com a história da saúde; então, isso vem evoluindo. Hoje, as pessoas, na sua grande maioria, já sabem do que se trata quando se fala em UPA, mas não estou propondo UPAs, na sua plenitude, eu estou propondo uma Unidade de Saúde 24 horas, no mínimo, por Região do Orçamento Participativo. E gostaria muito que os nobres colegas apoiassem essa iniciativa, que é mais uma indicativa da gestão, eu sei que dá trabalho remanejar o pessoal. Para organizar isso, talvez, tenha que haver algum tipo de contratação, mas eu acho que vai dar uma dinâmica e uma qualidade de vida muito importante para a cidadania de Porto Alegre. Então, espero contar com o apoio de todos nessa questão.

Um segundo projeto a que me refiro é o projeto que protocolei há alguns dias, para que todo dia 15 seja o dia do professor nas nossas escolas, para valorizar o professor. No sentido de que, no dia 15 – a Ver.ª Sofia é professora e me honra com a sua audição aqui –, nós precisamos ter um momento, todos os meses, em que centralizemos as ações para propor coisas novas, ver o que está havendo com aquela determinada escola, como está o ensino, onde os alunos tenham uma relação diferenciada e uma capacitação diferenciada. Então, eu acho que vai ser importante que tenhamos em mente que todos os dias 15 sejam o dia do professor, valorizando, com isso, todas as ações em nível de ensino para que possamos, cada vez mais, construir a cidadania. Porque nós sabemos que, enquanto as empresas da construção civil constroem prédios, o professor constrói a cidadania. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIO TROGILDO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, boa tarde; público que nos acompanha pela TV Assembleia e também aqui nas galerias, eu utilizo este espaço de Liderança do Partido Trabalhista Brasileiro para solicitar aos Vereadores, Ver. Mendes Ribeiro, que nós possamos, assim que entrarmos na Ordem do Dia, apreciar uma moção de apoio que está encaminhada nesta Casa pelo meu companheiro de bancada e Vice-Presidente da Casa, o Ver. Paulo Brum.

É uma moção de apoio ao Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal do Rio Grande do Sul – Sintrajufe, cujos representantes estão presentes aqui.

O que acontece com essa categoria, Ver. Dr. Raul Fraga? Essa categoria, que serve o Judiciário Federal do nosso País, está há 10 anos, Ver. Kevin Krieger, sem reposição do salário. Não é aumento. Não estamos falando de uma categoria que está buscando melhorar os seus vencimentos; estamos falando de uma categoria que há 10 anos não tem a reposição do poder de compra dos seus salários. E, logicamente, isto está afetando a vida dessas pessoas, a vida dos familiares dessas pessoas, a sua organização econômica.

Quando a nossa inflação estava mais sob controle, isso pesava menos no bolso de cada trabalhador. Só que, agora, nós já tivemos, Ver. Clàudio Janta, na reposição dos servidores do Município, 8,23%, em um ano. Nós temos a previsão, para o ano que vem, de que chegue aos dois dígitos, 10%, 11%. E houve uma votação de um projeto de lei que foi incrementado para que esses servidores do Judiciário Federal pudessem ter a reposição dos seus salários em nível federal. Não é aumento de salário, é a reposição do poder de compra. E esta emenda foi vetada. E nós temos, no dia 17 deste mês, na semana que vem, a apreciação deste veto no Congresso Nacional.

Logicamente, muitas vezes, Vereadores vêm a esta tribuna tratar de questões que não dizem respeito a nossa outorga, mas é uma moção de apoio a essas pessoas que moram em Porto Alegre, que são nossos munícipes e que estão há dez anos com o seu poder de compra afetado. Como disse, não é a capacidade de aumento de compra Ver. Márcio Bins Ely, é a reposição. Aquilo que nós, aqui em Porto Alegre, fizemos na negociação salarial, Vereadores de situação e de oposição foram lá negociar, nunca se falou que se pudesse dar menos do que o índice de reposição. Portanto, eu queria solicitar aos Vereadores, Ver. Mauro Pinheiro, é um requerimento que faço da tribuna, assim que nós entrarmos na Ordem do Dia que possamos apreciar um requerimento para a priorização dessa moção, tendo e vista que já é na semana que vem a apreciação do Veto lá no Congresso Nacional, e, se aprovarmos depois essa moção não terá mais nenhuma eficiência e nenhuma eficácia. Então, é uma Moção de Apoio à derrubada do Veto nº 26, referente ao PLC nº 28/2015, lá no Congresso Nacional, porque esse Veto está representando a não recuperação do poder aquisitivo, do poder de compra dessa categoria em nível nacional, mas, em especial, da parte dessa categoria que são os nossos munícipes, moradores aqui da nossa cidade de Porto Alegre. Queria deixar este pedido, em nome da nossa bancada; e parabenizar o Ver. Paulo Brum, que foi procurado pelo Sintrajufe, eles falaram com diversos Vereadores, e o Ver. Paulo Brum estava no exercício da presidência, então, em nome da Mesa, encaminhou essa Moção de Apoio, e estamos pedindo, então, que ela seja priorizada e possa ser votada na tarde de hoje. Muito obrigado. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; colegas Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste através da TVCâmara e das galerias, venho aqui falar do PLL nº 237/14, de autoria do Ver. Dr. Raul Fraga, um aliado e um parceiro nesta Casa para a abertura dos postos de saúde 24 horas. Logo que aqui chegamos, entregamos um carrinho com mais de 100 mil assinaturas pedindo a abertura dos postos de saúde 24 horas. Aprovamos na LOA uma rubrica, para que isso ocorra, e também aprovamos na LDO já há três anos. Estamos propondo este ano, também à LDO, uma emenda para que esses postos, dentro do seu projeto... Quero lhe dizer que recurso para isso existe, para que o seu projeto seja realizado. Quero parabenizá-lo pelo seu projeto e declarar o nosso apoio: o nosso sonho é que todos os postos abram. O seu projeto vem ao encontro de um anseio e ao encontro do que já está no Orçamento, que permite que esses postos abram, tem receita para que isso ocorra. Pode contar com essas mais de 100 mil assinaturas que se encontram aqui na Casa.

 

O Sr. Dr. Raul Fraga: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte, Ver. Janta. Quero dizer que eu fico muito satisfeito em ter este momento aqui na Casa, em poder ter esse tipo de projeto protocolado e contar com o seu apoio. Sei da sua atuação na área e sei do trabalho já realizado. Só que como, infelizmente, não temos condições de transformar todos os nossos postos de saúde em postos 24 horas, procurei, valorizando o Orçamento Participativo, criar um critério que eu acho que é justo: todas as Regiões do OP devem ter, no mínimo, um posto de saúde 24 horas. Tenho certeza de que estamos juntos e vamos continuar trabalhando juntos essa matéria. Quem ganha com isso é a cidadania e a pessoa que mora em Porto Alegre. Obrigado.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Com certeza. Vamos lutar para que a Casa aprove esse projeto; recurso para isso nós temos.

Vimos aqui também fazer coro com o Ver. Cassio Trogildo. Já fizemos contato com o Governo e com a oposição, para que seja votada hoje, em primeiro lugar, a Moção de Solidariedade aos servidores da Justiça, para que se derrube o Veto da Presidente Dilma Rousseff. Como dirigente sindical, ainda ontem nós fechamos acordo com uma grande parte dos trabalhadores aqui de Porto Alegre: os trabalhadores do comércio, em que se incluem lojas, supermercados, farmácias, funerárias, enfim, 18 ramos do comércio varejista e atacadista de Porto Alegre. Hoje ainda estão inaugurando algumas operações do varejo e do atacado em Porto Alegre. Nós fechamos acordo com esse ramo e alcançamos uma grande vitória para a categoria, que vem, desde agosto, se mobilizando, fazendo atos, fazendo mobilizações nas lojas, nos depósitos, nos shopping centers. E a categoria conseguiu, servidores da Justiça, um reajuste de 10,33%. Foi a reposição da inflação...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: A categoria conseguiu 10,33%, que foi a reposição da inflação. Além disso, no setor lojista, no setor do atacado, conseguiu um aumento real de 2,5% nos pisos. E, no setor de supermercado, além da reposição da inflação, ainda conseguiu um aumento real de 4,74%. Além disso, o Sindicato garantiu o auxílio-creche, 10% de quebra de caixa e que seja mantida uma fiscalização do Sindicato aos domingos e feriados. Garantiu, ainda, uma nova negociação, aberta no mês de abril, para repor e discutir, principalmente, a questão da inflação. Os dois sindicatos discutiram uma cláusula, na convenção, para implementação de espaços de alimentação e vestiário para os trabalhadores de shopping centers. E aí nós vemos os funcionários federais lutando, há muito tempo, há dez anos, para ter a reposição da inflação, para repor um prejuízo que vem defasando a sua mesa, que vem defasando o seu salário. Acho que é imprescindível que esta Casa, é imprescindível que a população de Porto Alegre declare o seu apoio a essa luta dos servidores da Justiça, como já declaramos apoio a várias categorias que lutam pela reposição da inflação, que lutam pela reposição dos seus vencimentos, que lutam pela sua dignidade, que lutam para não perder o seu poder de compra. Estamos vendo a greve dos caminhoneiros, que está acontecendo no Brasil inteiro. Tentam desviar o seu viés, dizendo ser uma greve estritamente política. Mas é uma greve para garantir a sustentabilidade de uma categoria que passa uma grande parte da sua vida nas estradas, garantindo o nosso sustento, garantindo o nosso emprego, porque, muitas vezes, transportam o que nós, comerciários, vendemos. Agora tentam botar um rótulo de greve política. Ela é uma greve reivindicatória, porque, se aumentar o frete, se aumentar o diesel, se aumentar o imposto sobre o diesel, com certeza, os 30% que já existem de defasagem no frete no Brasil farão com que aumente o desemprego entre essas pessoas.

Quero parabenizar os comerciários de Porto Alegre, que, com muita luta e mobilização, conseguiram, de uma vez só, repor a inflação e conseguiram, para o piso da categoria, um aumento real de 2,5% a 4,74%. Parabenizo os caminhoneiros brasileiros que estão em greve, para garantir o seu transporte, e os servidores da justiça que estão visitando todas as câmaras de Vereadores, não só das Capitais, mas de várias cidades, pedindo Moção de Apoio para derrubar o Veto da Presidente Dilma Rousseff. Com certeza, as bancadas desta Casa – de oposição, situação – e os independentes vão apoiar o projeto do Ver. Paulo Brum para que encaminhemos ao Congresso Nacional, a todas as bancadas e lideranças do Congresso o apoio para a derrubada do Veto da Presidente Dilma Rousseff ao reajuste dos servidores da Justiça Federal, PLC nº 28. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, visitantes, imprensa, taquigrafia, jornalistas, funcionários da Casa; em nome do PDT, quero comunicar à Casa, aos ilustres Pares de todos os partidos, principalmente a alguns presidentes de partidos que estão aqui, lideranças de suas respectivas agremiações – refiro-me a presidências municipais –, que o PDT tem um processo interno de constituição criado pelo ex-Governador Brizola e pelo atual Secretário da Educação, Viera da Cunha. Esse processo dispõe de dez zonais na Cidade, tem órgãos de ponta, órgãos de núcleos de base, tem uma capilaridade. Essas dez zonais fizeram eleição, no dia 25 de outubro, elegendo seus presidentes através de 45 membros titulares e 15 suplentes, ou seja, o partido tem uma capilaridade, na cidade de Porto Alegre, que, no dia da eleição dessas dez zonais, a lei obriga que 5% compareçam. Por exemplo, se houver 2 mil filiados, cem pessoas, no mínimo, deverão comparecer para valer a convenção. Então, dia 25, foi feito esse processo; agora, dia 9, segunda-feira, foi eleita a executiva municipal, na qual este Vereador foi honrado com a presidência do diretório metropolitano por todo esse colégio eleitoral em um consenso estabelecido pelo partido. Esse consenso foi importante, porque não eliminou a possibilidade de disputa, mas todos os setores do partido acharam que deveria ser mantido o presidente atual, que sou eu. Então, estou agora eleito para o mandato de dois anos na presidência do diretório metropolitano. Queremos dizer que muito nos honrou essa situação, e queremos, desde, logo, dizer que estamos prontos para o grande diálogo que será estabelecido na Cidade para as alianças do ano que vem, para as situações da eleição de outubro do ano que vem, quando serão eleitos ou reeleitos Prefeitos – no caso de Porto Alegre, não poderá haver reeleição –, e haverá certamente candidatos de partidos, alianças, enfim.

E nós estamos dispostos ao diálogo, que Porto Alegre possa ser, cada vez mais, bem representada através de partidos que se credenciarão para disputar a eleição do ano que vem. Portanto, o PDT teve democraticamente estabelecida a sua liderança para o ano que vem, e estamos prontos para esse diálogo. Quero colocar que o partido, de Porto Alegre, juntamente com a nossa bancada, estamos inteiramente preparados para o pleito que será muito disputado ano que vem, certamente, visto que Porto Alegre sempre tem uma representatividade muito forte, tem lideranças em todos os partidos, que têm muito boa postura, e que, certamente, saberemos nós...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. NEREU D’AVILA: ...Para concluir, Sr. Presidente, eu diria que teremos a responsabilidade da condução do processo eleitoral do ano que vem. E, juntos com os outros partidos, naturalmente, o PDT saberá também se conduzir à altura das tradições políticas e da grande politização do eleitorado de Porto Alegre, para uma grande e democrática disputa no ano que vem. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Ver.ª Jussara Cony assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

    

O SR. ENGº COMASSETTO: Prezada Ver.ª Jussara Cony, Sra. Presidente, nossa Líder da oposição, prezados colegas Vereadores e Vereadoras, em Pauta, hoje, nós temos dois projetos que considero da maior importância, oriundos do Governo. O primeiro deles, do nosso colega médico, Ver. Dr. Raul, que é da base de sustentação do Governo Fogaça/Fortunati/Melo, e que apresenta um projeto de lei para que, no campo da saúde, tenha, em cada região do Orçamento Participativo, um pronto atendimento, um posto de saúde que atenda 24 horas. É um projeto que merece não só o apoio desta Casa, como o respeito da população – e nós temos aqui um conjunto de lideranças comunitárias neste momento –, para que aquele que mora lá no Rubem Berta ou no Extremo-Sul do Lami, que tem no seu seio familiar uma pessoa doente que, às 2h da madrugada, tem um ataque cardíaco, possa sair de lá, num dia de chuva, sem transporte público e sem automóvel, e chegar no Pronto Socorro ou num primeiro socorro de atendimento. É claro que temos, Dr. Raul, o SAMU, que foi criado pelo Presidente Lula e que hoje atende todo o País como um grande projeto, apesar das criticas.

Quero dizer à minha colega Sofia Cavedon que este projeto é meritório, até porque não é só na saúde que se precisa de 24 horas; nas escolas infantis e creches também é necessária uma estrutura para que os pais e as mães que trabalham à noite possam deixar as suas crianças com segurança, educação, proteção. Eu tenho o prazer de estar coordenando, junto com a Ver.ª Jussara Cony, que é relatora, e o senhor presenciou, Dr. Raul, na quinta-feira passada... O Tribunal de Contas do Estado vem fazendo um estudo sobre a saúde de Porto Alegre, sobre a carga que recebe e sobre os cortes de recursos que vem recebendo justamente neste momento do seu Governo, que é o Governo Sartori, que não repassa dinheiro aos hospitais filantrópicos.

Ver.ª Mônica Leal, que é a debatedora da segurança, estamos com saudades dos seus debates ferrenhos aqui contra o Governo Tarso em relação à proteção da saúde. Quero dizer que, na saúde de Porto Alegre – hoje, ouvia de manhã cedo, a Federação das Santas Casas –, estão cortando leito, fechando leito por conta da falta do repasse dos recursos. E não vi o Dr. Thiago, que é médico, criticar o Governador do Estado do Rio Grande do Sul, não vi o PMDB vir aqui fazer essa crítica. Agora, apoiaram, sim, o Sartori. Onde está o dinheiro para os hospitais filantrópicos? Onde estão os recursos e leitos que estão sendo fechados em Porto Alegre? Porto Alegre, hoje, atende 67% da média e alta complexidade do interior do Estado; tem que haver uma política de compensação para Porto Alegre.

Venho aqui como um Vereador do Partido dos Trabalhadores, do campo da oposição, dizer que o único Governador que destinou 12% à saúde do Rio Grande Sul foi o Governador Tarso Genro. Nós queremos que isso continue no Governo Sartori. Ver. Cecchim, V. Exa. sabe que tenho o maior respeito pelo senhor, e quero fazer um debate aqui à altura dos números, à altura dos temas sociais. Eu venho aqui apoiar um projeto desta Casa, do PMDB, que é do Dr. Raul, projeto que aponta que, em cada região do Orçamento Participativo, portanto nas 17 Regiões da Cidade, deve ter um posto de saúde para atender a população.

Por último, Sra. Presidenta, temos aqui um projeto do Executivo, que cria um canal de conciliação, de indenizações administrativas da Câmara Municipal. Eu recebo aqui um documento, como engenheiro que sou, da categoria dos engenheiros da...

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. ENGº COMASSETTO: ...E o próximo projeto em Pauta, que é do Executivo, cria, no âmbito do Município, a Central de Conciliação. Aqui já está o primeiro conjunto de trabalhadores da Prefeitura Municipal, da área tecnológica. Como eu e o Ver. João Antonio Dib éramos os dois engenheiros desta Casa, me alcançaram agora, neste momento, uma carta da área tecnológica, encabeçada pelos engenheiros, arquitetos, geólogos, entre outros, pedindo que esta Casa auxilie em reabrir o dialogo, Ver.ª Jussara Cony, com o Governo Municipal, por um compromisso já assumido há três anos e que se estrangulou. E este tema veio à tona por causa também dos Procuradores, pois havia aqui aquele projeto muito polêmico. Então, eu peço à Mesa, à Presidência, que receba os engenheiros na sequência, para entregar aos Líderes da situação, oposição e ao Presidente...

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Ver. Comassetto, o Presidente se deslocou para dar uma entrevista; depois, V. Exa. faz o encaminhamento no momento oportuno, por favor, porque eu não tenho como comandar isso daqui, na medida em que eu estou dirigindo a Mesa.

O Ver. Engº Comassetto prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Muito obrigada, Presidenta. Eu pedi este tempo de Liderança, em nome do Partido dos Trabalhadores, porque quero aqui dialogar hoje, no mínimo, com duas bancadas e dois partidos da base do Governo Municipal, que são o PT e o PMDB. Primeiro com o PT, a respeito dos caminhoneiros, e a paralisação que está instituída ou que foi instituída no Rio Grande do Sul e no Brasil. Esse é um movimento político com estreitas ligações e com movimentos de oposição ao Governo Dilma. Apesar de o PT fazer parte da sustentação do Governo Dilma, esse movimento está sendo gestado no seio do Partido Progressista, aqui no Rio Grande do Sul. E quero mostrar e pedir a opinião dos meus colegas Vereadores. Todas as entidades de autônomos são contra esse movimento dos caminhoneiros no Brasil, porque estão negociando com o Governo Federal; são contra esse movimento que foi organizado por partidos e alguns políticos que querem fazer disso um movimento pró-impeachment da Presidente Dilma. O líder é o empresário Ivar Schmidt, que mora lá em Mossoró, no Rio Grande do Norte, que, em março, mesmo após as entidades de caminhoneiros terem aceitado a proposta do Governo, continuou tentando travar as rodovias.

Ontem, um canal de televisão daqui, de Porto Alegre, apresentou a matéria sobre a paralisação em Três Cachoeiras, trouxe o depoimento de Flávio Lippert, anunciando ele como caminhoneiro. Esse senhor não é caminhoneiro; ele é um Vereador do Partido Progressista de Três Cachoeiras e, de todas as suas atividades, nenhuma é caminhoneiro!

Quero dizer que o Governo Federal não recebeu, até o momento, e não receberá nenhuma pauta desse grupo porque não quer e não tem pauta exclusiva da categoria dos caminhoneiros. A verdadeira pauta tem sido debatida com o Governo por meio de diversos Ministérios em reuniões. Há um fórum permanente para o transporte rodoviário de cargas.

Eles esquecem também de dizer que foi lá no Governo do Fernando Henrique que retiraram a aposentadoria especial dos caminhoneiros. Esquecem de dizer também que a regulamentação da profissão do motorista foi sancionada e construída no Governo da Presidente Dilma.

E aqui eu quero dizer, aos meus colegas do Partido Progressista que aqui estão – Ver. Kevin Krieger, Ver.ª Mônica Leal e Ver. Guilherme Socias Villela –, que acredito em vocês como os democratas, como os que querem debater o problema; agora não dá para alguns membros do Partido Progressista quererem constituir no Brasil o que fizeram no Chile em 1972, quando organizaram os caminhoneiros para paralisar o abastecimento do País, o que originou o golpe do Pinochet, que deu no que deu! Isso não pode e não vai continuar, porque no Brasil nós não podemos ter um Chile novamente!

Para encerrar esse tema, podemos aqui dizer que a Presidente Dilma poderá sair, mas tem que sair pelos meios democráticos e legítimos, e não sairá, porque ela foi eleita pela população brasileira!

E não podemos dizer que são protestos pacíficos que ocupam as manchetes dos jornais, mas, quando se parte para prejudicar a população para obter sucesso, aí entramos, sim, na esfera criminal. O que está acontecendo é na esfera criminal! E a reação, neste momento, do Governo Federal vem para dizer: as estradas brasileiras têm que ser liberadas! Meus colegas do Partido Progressista, eu não acredito que isso seja uma ação conjugada do Partido Progressista, que é base do Governo Dilma Rousseff. Essa ação, pelo menos, é de um político, sim, de um Vereador eleito pelo Partido Progressista, em Três Cachoeiras, que está coordenando aqui, no Rio Grande do Sul.

Eu quero aqui fazer um debate, como sempre faço, com franqueza e lealdade, construindo o que nós queremos: democracia com contradição, democracia forte e um País soberano. Um grande abraço, muito obrigado pela atenção de todos. Queremos continuar fazendo esse debate!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Obrigada, Ver. Comassetto. O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sra. Presidente, Ver.ª Jussara Cony, meus cumprimentos, quero aproveitar este momento, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, para retomar um assunto muito antigo: os prédios, conhecidos por todos nós, localizados no Centro Histórico. Há alguns anos, nós já estamos nos pronunciando a respeito desses prédios, em determinada oportunidade, passamos a chamá-los de troféus da semana, como forma de protesto. Resolvi, agora, retomar o assunto, até porque eu fico me perguntando, prezados colegas, o que nós, Vereadores, podemos fazer para resolvermos essas questões no Centro da Cidade. Aqui, tem prédios inacabados com mais de 60 anos. (Mostra fotos.) A maioria dos que estão aqui, neste plenário, não era nascida. Este aqui da esquina da Rua Riachuelo com a Rua Marechal Floriano tem uma demanda judicial envolvendo os herdeiros. Esse outro tem infinitos processos; os primeiros titulares, possivelmente, não são os mesmos. Há muitos contratos de gaveta, contratos particulares, enfim. Lembro quando o Vice-Prefeito da Capital era o Presidente desta Casa, por nosso convite, fizemos uma visita pública a esses locais. Aqui neste prédio, as janelas têm uma altura muito próxima a do piso, porque, ao longo dos anos, foi se acumulando lixo. Nesses prédios eram depositados produtos ilegais vendidos no Centro da Cidade. Ver. Cecchim, V. Exa., como Secretário, esteve lá, várias vezes, fazendo diligências, apreendendo produtos ilegais. Posteriormente, se não me falha a memória, com vários Vereadores e outro Presidente da Casa, o então Ver. Tessaro, fizemos outra visita oficial. Participamos de várias reuniões com Procuradores; a Caixa Econômica Federal foi convidada; enfim, passaram-se os anos e eu estou ficando velho aqui nesta Casa com este assunto.

Vejo aqui vários Procuradores, e cheguei a questioná-los, quando estiveram no nosso gabinete e há pouco nos corredores desta Casa, perguntando o que nós, Vereadores, podemos fazer mais do que já fizemos para resolvermos essas questões. O que os Procuradores desta Cidade fizeram ou podem fazer para resolver essa situação. Sabem por que, senhores? Porque nós estamos votando um projeto altamente polêmico, pela forma que está posto. Eu respeito a opinião dos senhores, mas os senhores nos colocam numa situação extremamente desconfortável perante a sociedade. E aí, Srs. Procuradores, em legítima defesa da minha consciência e representando a população de Porto Alegre como Vereador, eu os convido para nos ajudarem a resolver esses problemas de Porto Alegre. Assim como os senhores buscam resolver os seus problemas de interesses particulares, que são respeitados na medida em que os senhores buscam defender os seus direitos, todos os cidadãos também buscam os seus direitos, mas aqui é de interesse coletivo. Quando é que nós vamos resolver e como vamos resolver? Fica aqui o desafio aos Srs. Procuradores do Município de Porto Alegre.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Paulo Brum assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Boa tarde a todos os Vereadores e a todas as Vereadoras, aos que nos assistem aqui, às lideranças comunitárias, ao Sr. Presidente, que me concedeu este tempo de liderança pelo meu Partido, o PCdoB. Eu venho aqui exatamente para, mais uma vez, analisar o papel histórico da mídia nos momentos em que, também, por uma ação da mídia, juntamente com os setores patrocinadores do retrocesso da Nação brasileira – é só retroceder aos anos 1961, 1962, 1963, 1964 e anteriormente também – quando está em jogo a ordem democrática da nossa Nação, aliás, conquistada, nessa etapa, com muita luta do povo brasileiro, num processo que já dura, desde o golpe militar, 51 anos.

O Ver. Comassetto esteve aqui falando sobre a greve dos caminhoneiros, sobre a qual eu questiono se é greve mesmo em defesa do direito dos trabalhadores, dos caminhoneiros. Eu venho aqui exatamente avaliar o papel da mídia, que estimula o nocaute aos caminhoneiros.

Por motivos óbvios, a mídia patronal sempre foi radicalmente contra a greve de trabalhadores; ela só apóia uma dita paralisação quando tem objetivos sinistros. No Chile, em 1972, foi assim, quando o Jornal El Mercurio estimulou o nocaute dos caminhoneiros, o que ajudou a criar o clima e o caldo de cultura para o golpe no Presidente Salvador Allende, que resultou na ditadura sanguinária de Augusto Pinochet. Eu sempre procuro – como liderança, direção e militante do Partido Comunista do Brasil – fazer da história uma aliada para analisar os tempos que estamos vivendo. Também foi assim no Brasil, em 1964, quando a imprensa apoiou a Revolta dos Sargentos, que serviu de pretexto para o Golpe Militar. Nesta semana, dois episódios evidenciam o significado da manipulação da mídia e dão destaque ao nocaute ilegal dos caminhoneiros e inviaibiliza e criminaliza a justa greve dos petroleiros. A justa greve dos petroleiros, que a mídia patronal tenta inviabilizar, foi deflagrada no domingo retrasado. Não há qualquer mapa, por exemplo, da paralisação como tem para os caminhoneiros Estado por Estado, nem entrevistas com os líderes sindicais. Nessa terça, a Federação Única dos Petroleiros informa que a segunda rodada de negociação com a estatal foi suspensa. Apesar da intransigência nessa suspensão, a categoria está paralisada e está lutando pela retomada dos investimentos, pela manutenção dos ativos, pela preservação dos postos de trabalho, pela mudança na área de segurança e saúde, manutenção dos direitos. Aliás, é bom nós dizermos que a Petrobras é estratégica para a Nação brasileira. Inclusive, através do Pré-Sal, nós teremos 25% para a saúde e 75% para a educação. Portanto, o que a mídia faz não tem comparação: não dá visibilidade à greve dos petroleiros e dá uma extensa visibilidade a uma greve que tem como único objetivo desestabilizar o Governo da Presidente Dilma; tem como único objetivo ser esteira para o golpe que os golpistas de plantão, de sempre, querem dar na Nação brasileira para retroceder a nossa ainda frágil democracia. Então, o PCdoB vem aqui dizer que paralisação com o objetivo de não cumprimento da Constituição, de não reconhecimento de uma menção legal e de inviabilizar um processo de avanços no nosso País, no desenvolvimento, na soberania da democracia, a nós não engana. Uma coisa é a luta objetiva dos trabalhadores...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. JUSSARA CONY: ...E os trabalhadores têm que lutar, sim, para que o Governo Dilma avance. E é esta a postura do PCdoB, pela democracia e soberania, para a garantia cada vez maior dos direitos dos trabalhadores. Por isso é que apoiamos a greve dos petroleiros. O movimento dos caminhoneiros não conta sequer com o apoio do sindicato do setor, que, segundo as entidades sindicais, já está em franco declínio, sobrevivendo apenas graças ao violento bloqueio nas estradas e a uma mídia que incentiva este tipo de movimento, que não é greve, porque greve é um patamar diferenciado da luta dos trabalhadores. Incentivam este tipo de mobilização com o objetivo único de retroceder a democracia e de desmontar o processo da luta, por uma ordem constitucional, por um Estado de Direito.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu estava esperando a Ver.ª Jussara, que é a nossa Líder da oposição, para combinar que eu pudesse falar em nome da oposição. Eu sei que nós temos diferenças com o PSOL, partido que respeito muito, mas sei que o PSOL é contra golpe e é pela democracia, pois é através da democracia que se realizam as correções de rumo que se tenham que realizar. Portanto, quero aqui, no Tempo de Liderança, respeitando esta nossa composição de oposição, dedicar esta fala ao bairro Farrapos, não só ao tema Humaitá, Farrapos e Arena, mas ao tema importante e grave da vida ao redor da Arena do Grêmio, das consequências da ida da Arena do Grêmio para lá, sofridas e sentidas pelo bairro Farrapos fundamentalmente. Consequências muito graves, como as que me dizem as lideranças, por exemplo, que todo o esgotamento sanitário, a rede de esgoto de grande calibre da Av. Padre Leopoldo Bentrano foi destruída no processo de obras e não foi reconstituída. E a comunidade, já com muitas demandas que apresentaram na audiência pública e que compuseram um importante grupo de compromissos do empreendedor com a comunidade, através do Governo Municipal, essa comunidade que se expressou, que foi nas audiências públicas, que anotou suas demandas já originárias, recebeu ainda mais problemas com a chegada da Arena do Grêmio. Problemas sérios como a casa da Vânia, que não alagava. A partir das obras da Arena a água sobe e todos os moradores dali do entorno – o Sérgio está mostrando o mapa – são atingidos, os moradores da Vila Farrapos. E aqui não é uma briga nenhuma com Humaitá e Farrapos; nós sabemos que só o tema dos bairros não resolve, porque é muito grave o que aconteceu a partir do licenciamento do complexo Arena do Grêmio. Era um licenciamento que previa uma série de obras de drenagem, de recuperação de vias, de rótulas, de paradas de ônibus, de alargamento de ruas e que a Prefeitura de Porto Alegre isentou a OAS, inicialmente, num termo de compromisso criminoso, que transformou as obras em projetos. E depois, na Justiça, dois, três anos depois foi construído um acordo de 70% das obras. De lá para cá, são quantos anos? Faz quatro anos que a comunidade já sofre o impacto, primeiro das obras, do pó, do barulho 24 horas, dos alagamentos provocados pela obra, do trânsito assoberbado, depois do funcionamento da Arena, pois se estão indignados os torcedores, quem dirá a vizinhança, que recebe o impacto sonoro, de poluição e o esgotamento sanitário que não acontece. De outro lado, lá está a Vila Liberdade, lá estão todas as comunidades esperando as moradias. O Barcelona, há quanto tempo luta pelas moradias populares conquistadas no Orçamento Participativo? Conquistadas e reconquistadas. Ora, senhores, o compromisso da OAS virou oito obras que têm até 2020 para serem realizadas, e nós não temos acordo. Primeiro, que o Governo não sente e não arrume isso nos bairros. Tem que arrumar e dizer: É na Farrapos, sim, que está a Arena! É a Farrapos que está assumindo a consequência e é a Vila Farrapos que tem que receber os benefícios que compensem, que arrumem aquele sacrifício que a comunidade está vivendo...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: ...Quero encerrar, Presidente, e lhe agradeço pela tolerância, fazendo um apelo ao conjunto dos Vereadores: que recomponha a justiça naqueles bairros, e que o bairro Farrapos receba as obras, seja pela nossa lei aqui no bairro, seja pela pressão sobre a OAS e sobre a Prefeitura. Que recebam as obras e saiam da dureza da vida que estão vivendo em vez de celebrar com a cidade de Porto Alegre a ida da Arena do Grêmio para lá.

Nós estamos perfilados e vamos cobrar uma por uma dessas obras, e votaremos com o bairro Farrapos, sim, porque a Arena não venha inventar que ter que ter um nome mais chique ou popular, É Farrapos, são os guerreiros e as guerreiras que construíram aquela história e que viabilizaram o que todos celebram. Mas isso tem que ser vitória de todos, e principalmente dos moradores do entorno.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 15h41min): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação o Requerimento de autoria do Ver Cassio Trogildo, que solicita a alteração da ordem da priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à votação do Requerimento nº 142/15. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. IDENIR CECCHIM (Requerimento): Sr. Presidente, nós temos um projeto importante que trata dos elevadores de Porto Alegre. Em função de várias emendas que chegaram – foram 14 ou 15 emendas, uma quantidade enorme que dificulta até que a Direção Legislativa as acomode –, eu requeiro o adiamento da discussão do PLCE nº 004/14 e do PLE nº 024/14 por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Idenir Cecchim. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. KEVIN KRIEGER (Requerimento):   Sr. Presidente, requeiro o adiamento da votação do PELO nº 001/12 por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

O VER. KEVIN KRIEGER (Requerimento): Requeiro também o adiamento da discussão do PLE nº 006/14 por três Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 142/15 – (Proc. nº 2567/15 – Ver. Paulo Brum) – requer seja encaminhada Moção de Apoio ao Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal do Rio Grande do Sul (Sintrajufe/RS), por sua luta pela derrubada do Veto nº 26/2015 (PLC 28/2015), que versa sobre a recomposição salarial da categoria.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento nº 142/15. (Pausa.) O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 142/15.

 

O SR. CASSIO TROGILDO: Sr. Presidente, só para não precisar encaminhar lá da tribuna, quero agradecer aos Vereadores o acolhimento do Requerimento e solicito que votemos imediatamente esta Moção de Apoio à derrubada do Veto, pois estão aqui os servidores do judiciário federal. Assim encaminho, pela bancada do PTB, a aprovação da Moção. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. MARCELO SGARBOSSA: Quero só fazer um pedido aqui: que a gente discuta um pouco essa Moção, para entender do que se trata. Este é meu pedido. Gostaria de que o autor do projeto fizesse isso. Faço o convite aqui para que a gente não vote burocraticamente, e sim que haja uma discussão. Este é o meu pedido.

 

O SR. CASSIO TROGILDO: Presidente, é exatamente o registro que eu fiz anteriormente. Eu já defendi a Moção em tempo de Liderança do PTB e, agora, encaminhei para que fôssemos para votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento nº 142/15. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Apregoo a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, ao PLCE nº 004/14.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1275/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 114/13, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que proíbe a publicidade, a promoção e a exposição de produtos fumageiros nos estabelecimentos comerciais do Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emendas nos 01 e 02.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CEDEDONDH e COSMAM. Relatora-Geral Verª Lourdes Sprenger: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 19-12-13.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLL nº 114/13. (Pausa.) O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para discutir o PLL nº 114/13.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, muito boa tarde a todas e a todos. Venho aqui solicitar atenção dos colegas para este projeto de lei que nós apresentamos aqui que tem grande relevância para a saúde pública da nossa Cidade, Ver. Dr. Raul, Ver. Dr. Goulart, Ver. Dr. Thiago, médicos e membros da saúde que temos na Casa. E ele é relevante para todos que têm uma preocupação muito firme com a saúde das crianças e dos adolescentes da nossa Cidade.

A publicidade do cigarro tem sido, desde a gestão do hoje Senador José Serra, objeto de medidas muito importantes no Brasil. Desde a proibição da publicidade em TV, jornais e rádios, o Brasil reduziu em um terço o número de fumantes. Mas a indústria tabagista legitimamente, porque a lei assim permitia, jogou toda essa verba de publicidade para técnicas muito avançadas de publicidade dentro de estabelecimentos comerciais, como lojas de conveniência, bares e restaurantes. Existem inúmeros estudos que eu coloco à disposição dos colegas que estão embasando a mudança de legislação em todo o mundo, que comprovam que esse tipo de publicidade em pontos de venda – aqui eu faço referência à Aliança de Controle do Tabagismo, à Associação de Apoio a Pessoas com Câncer da cidade de Porto Alegre, a várias instituições de direitos da criança e do adolescente –, essa exposição subliminar, que talvez muitos não percebam, se nós tirarmos essa publicidade, nós podemos reduzir em até 83% o número de jovens fumantes em Porto Alegre. Hoje a nossa Capital carrega o triste título de ser a capital dos fumantes do Brasil. Em nenhuma Capital existem tantas crianças e adolescentes fumando como em Porto Alegre! Nós podemos mudar essa realidade de uma forma simples, sem gasto de recurso público, mas com uma decisão séria que esta Casa tem que tomar. Todos nós sabemos do lobby. (Procede-se à apresentação de imagens.) Aqui está uma loja de conveniência. Eu apaguei ali as propagandas. Aqui é no Chalé da Praça XV, nosso querido Chalé, para mostrar, é subliminar, parece pequeno, mas existem vários estudos que comprovam como isso naturaliza para a criança e para o adolescente o cigarro como algo normal, que eles também vão poder vir a fumar. Além disso, esse tipo de publicidade em que as pessoas ficam olhando, muitas vezes, sem perceber, acaba criando dificuldade, inclusive, para aqueles que estão em tratamento para parar de fumar.

Eu trago esse projeto aos colegas para que Porto Alegre possa ser pioneira, para que a gente possa, por uma decisão, mostrar que, acima do poder econômico, está o direito à saúde pública, está o direito das crianças e adolescentes, e não a força do dinheiro de algumas indústrias.

No Brasil, morrem, anualmente, mais de 200 mil pessoas de causas vinculadas ao tabagismo, sendo 30 mil com câncer de pulmão, uma das piores mortes que uma pessoa pode ter, além de todo o custo para a saúde pública do nosso Município.

Então, eu peço aos colegas uma avaliação e um debate sobre esse importante...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 114/13.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, acho que este debate merecia um pouquinho mais de concentração. Hoje a nossa Câmara está bastante conturbada. A gente acolhe com muito carinho os bairros, pede, inclusive, que o Governo considere com muita atenção as emendas da Comissão, que foi uma segunda escuta, por parte da Câmara, que corrigiu alguns temas, apesar do longo debate do projeto de lei. Queria que nós pudéssemos concentrar, porque acho que, aqui, tem um tema importante, agora, para nós votarmos, que é a presença ou não de propaganda de cigarro nos estabelecimentos comerciais.

Vejam que o próprio Ver. Alberto Kopittke mostrou, aqui, as cenas com as quais a gente ainda se depara. Acho que é um dos poucos lugares em que ainda é possível a exposição. Na cena que o Vereador apresentou, chamou a minha atenção o fato de que, na caixa de cigarro retratada naquela imagem, aparece um senhor bastante doente e uma criança olhando para ele. O Brasil já evoluiu! Toda caixa de cigarro tem imagens que eu acho que, se eu fosse fumante, detestaria pegar nas mãos; são cenas terríveis mostrando as consequências do uso do cigarro, do tabaco, da fumaça que entra nos pulmões das pessoas. Nós sabemos que quem fuma o faz de forma consciente, reivindicando a sua liberdade. Aqui, várias pessoas estão me olhando... De fato, a preocupação do Vereador não é a proibição; mas eu entendo a situação que hoje nós estamos vivendo.

Eu votei contra o projeto que proibia os jovens de comprarem energéticos, que gerou um debate muito parecido. Eu sou contra a proibição! Acho que temos que trabalhar na conscientização e temos que impedir a propagando indutora. Na verdade, as nossas crianças e os nossos adolescentes estão o tempo inteiro sendo induzidos a consumir, sendo induzidos a maus hábitos.

No Brasil, quando todas as carteiras de cigarro já têm aquelas imagens mostrando as consequências do fumo, a questão principal do projeto de lei, em minha opinião, é evitar a indução e a naturalização do fumo junto a crianças e adolescentes. Então não é uma questão de proibição. Achamos que temos que evoluir para que todas as outras drogas tenham o uso controlado, porque é muito diferente hoje um sistema paralelo de venda de drogas que termina com a vida de milhões de nossos jovens, cria um mundo paralelo, fora do controle, fora da possibilidade de intervenção. Então não é proibição. De fato, é para a propaganda não chegar de forma impositiva, subliminar aos nossos jovens, aos nossos adolescentes. Toda a indução, por menos ofensiva que pareça, ela está presente quando a imagem está no cotidiano: vamos pagar uma conta, compra um lanche e o cigarro está ali ofertado com uma imagem de consumo natural. Então é para evitar a indução involuntária em que os pais não conseguem evitar, porque ela está ali à frente dos empreendimentos. Não se trata de proibir. Na minha opinião, é uma medida positiva, importante, necessária, considerando as terríveis consequências do uso do tabaco.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para discutir o PLL nº 114/13.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde, senhoras e senhores, venho à tribuna para somar minha voz à do Ver. Alberto Kopittke, proponente do projeto que proibi a veiculação de produtos fumageiros. Isso é positivo para a nossa sociedade. Temos gastos imensos no sistema de saúde pública com relação a problemas respiratórios, não apenas câncer de pulmão, enfisema, que, notadamente, são agravados e têm seus índices aumentados pelo consumo do tabaco. Precisamos também pensar no fumante passivo, o que sofre os efeitos negativos por conta dos seus entes que consomem tais substâncias. Se nós conseguirmos diminuir, significativamente, o número da população fumante ativa nas próximas gerações, estaremos, de fato, fazendo uma economia de dinheiro para o nosso sistema de saúde. Se há um problema, se existem gargalos, por que não combatê-los com medidas simples, baratas? Na verdade, essa não custa absolutamente nada, é simplesmente não fazer propaganda. Isso não está proibindo o consumo, não está proibindo a comercialização; está simplesmente não estimulando essas pessoas. Considerando o fato de que a indústria fumageira é uma indústria muito rica, que investe pesado em publicidade e marketing, nós estaremos justamente atacando este ponto: a atratividade, a sedução desses produtos pela imagem. Ou seja, senhoras e senhores, toda a sociedade ganha. nós não podemos ser irresponsáveis, dentro do diálogo e dentro dos nossos debates, de achar que isso afronta as leis de comércio, não; única e exclusivamente, limita, proíbe a publicidade. Nós podemos perceber atitudes desse tipo, no que se refere, inclusive, aos eventos esportivos. Nós tivemos, nos últimos anos, nas últimas décadas, a proibição sistemática da veiculação de produtos fumageiros nos eventos esportivos, nos diferentes campeonatos, nos patrocínios de clubes, na Fórmula 1 – nas atividades automobilísticas, não existe mais a possibilidade de veiculação de propaganda desse tipo de produto.

Então, eu saúdo a iniciativa do Ver. Alberto Kopittke; ela é positiva. O fumante vai poder continuar comprando o seu cigarro, cigarrilha, cachimbo, tabaco para charuto; porém, vamos impedir a sedução dos nossos jovens com relação a esses produtos. É uma indústria má, é uma indústria prejudicial à nossa saúde, não há nenhum benefício trazido pelo consumo de tabaco. E, portanto, me somo ao Ver. Alberto Kopittke, saudando a sua iniciativa e, com certeza, votarei favorável ao seu projeto. Meus parabéns. Precisamos de atitudes assim, baratas, e que possam garantir saúde às próximas gerações. Uma boa tarde.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para discutir o PLL nº 114/13.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, vou falar do projeto do Ver. Alberto Kopittke, porque apresentei algumas emendas a ele. Eu acho que o fumo faz mal à saúde. Sou ex-fumante, fumava três maços de cigarro por dia. Parei de fumar, porque vi que cigarro fazia mal à minha saúde. Com certeza, se estivesse fumando, já teria enfartado. O cigarro faz mal, assim como a obesidade. Já eliminei alguns quilos, Ver. Cecchim, e espero eliminar mais, porque tudo na vida, com excesso, faz mal. Já que estamos coibindo o fumo, que faz mal, eu fiz algumas emendas para coibir, de fato, tudo o que faz mal. Uma das coisas é o álcool. O álcool faz tão mal e mata tanto ou mais do que o cigarro. Então, eu fiz uma emenda ao projeto do Ver. Alberto acabando com o negócio do álcool. Vamos acabar com o álcool. Se não pode fumar, não pode beber. E, se beber, não pode dirigir. Então, fiz outra emenda. Vamos fazer o negócio certo.

Somos o maior produtor de fumo do Brasil e um dos maiores do mundo: 85% do fumo que produzimos na região e no Brasil vai para fora. Nós matamos os outros, matamos o pessoal dos outros países. Só que uma porcentagem grande dos cigarros que consumimos aqui vêm de fora, vêm de contrabando. O pessoal os consome nas vilas em que a gente anda em Porto Alegre – e vários dos colegas andam nas vilas de Porto Alegre.

Então, estamos proibindo a publicidade, a promoção e a exposição de produtos fumageiros; com a minha emenda, alcoólicos; e, com a minha outra emenda, de veículos automotores. Tudo o que mata está proibido, agora, em Porto Alegre. De acordo com o Ministério da Saúde, pelos dados disponibilizados, sabe-se que 43 mil pessoas morreram alcoolizadas, nos veículos, sem contar os que mataram em função do álcool.

 

O Sr. Mendes Ribeiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Para contribuir com a sua fala, peguei os dados que dizem que o mercado ilegal de cigarros, no Rio Grande do Sul, representa 43%, enquanto que, no Brasil, são 33%.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Eu acho que nós temos que ter uma atitude positiva na questão do álcool. Muito positiva. O álcool destrói famílias, o álcool destrói profissões, o álcool destrói vidas; muitas vezes, as pessoas estão paradas numa sinaleira e vem alguém alcoolizado e destrói aquela vida e aquela família.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Parabéns pelas suas emendas. Eu entendi as suas emendas. Entendi. Também entendi o projeto do Ver. Kopittke, mas me lembra um outro projeto, projeto da Ver.ª Maria Celeste, que proibia de colocar publicidade com fotografias de mulheres seminuas na Av. Farrapos e adjacências. Eles tiraram os painéis. Sabe o que aconteceu? Elas foram ao vivo para a rua! Então, nós estamos aqui fazendo muito proselitismo. Parabéns pela sua emenda. Eu entendi a emenda que V. Exa. propôs.

 

O Sr. João Bosco Vaz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Há tantos projetos, nesta Casa, proibindo tudo, e existe uma lei da Ver.ª Clênia Maranhão dizendo que não pode beber nos postos de gasolina, mas o pessoal vai ali compra e bebe. Então, fazer projeto por fazer, como dizia o Ver. João Antonio Dib, tem é que cumprir as leis que já existem.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Este projeto permite que a pessoa faça um evento, faça a captação para este evento, mas não pode mais botar o seu anunciante. A pessoa vai lá, faz a captação e não anuncia.

Agora, eu acho que nós temos que preservar a vida. Nós temos que preservar a vida das pessoas, e a vida das pessoas não vai ser preservada somente na questão do fumo. A vida das pessoas vai ser preservada se coibirmos o incentivo ao álcool, se coibirmos o incentivo à propaganda dos carros, Ver. Alex, que diz que o carro vai de zero a cem em tantos segundos, quando o limite máximo de velocidade que a gente tem em algumas estradas é 100 quilômetros por hora. Por que o velocímetro vai a 200...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: ...Por que não tem nada nos veículos que tranque o velocímetro a 110 quilômetros por hora? Então, eu acho que temos que coibir o que mais mata neste País, além do álcool, que são os veículos automotores. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Mario Manfro está com a palavra para discutir o PLL nº 114/13.

 

O SR. MARIO MANFRO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; caros colegas Vereadores; público que nos assiste; em primeiro lugar, quero deixar bem claro, porque é muito comum que aqui se coloque assim: a favor ou contra alguma coisa. Quero deixar bem claro, como profissional da área da saúde, Ver. Prof. Alex, que sou contra o cigarro, pois faz mal à saúde, o cigarro, comprovadamente gera “n” problemas de saúde. Inclusive, sou proponente da Frente Parlamentar de Prevenção e Combate ao Câncer de Boca, em que o cigarro é um dos agentes etiológicos e mais importantes no câncer de boca.

Mas, Ver. Prof. Alex, eu gostaria de falar diretamente ao senhor, porque o senhor colocou aqui que o projeto visa diminuir a propaganda. Não, o projeto não visa isso, o projeto fala do expositor! Ele trata o cigarro, que é um produto legal – vamos deixar de ser hipócritas –, que gera doenças e gera impostos, mas vamos tratar esse produto legal como se legal fosse, porque o pequeno comerciante vai ter que esconder o cigarro, e vai botar onde? Ele vai botar, talvez, num lugar úmido, que, depois, para consumir vai ser um fator negativo a mais. Os pequenos comerciantes vão ter problemas para expor. O Ver. Mauro Pinheiro, que é dono de minimercados, ele também sente esse problema. Então, não é a questão: o cigarro faz mal ou não faz mal. “Ah, o Ver. Mario Manfro, que é cirurgião-dentista, está defendendo o cigarro.” Não, estou apenas defendendo a legalidade. Se me permitem, vou fazer a leitura do art. 7º do Decreto Federal sobre o assunto: “É vedada, em todo o território nacional, a propaganda comercial de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilé ou outro produto fumígero, derivado ou não do tabaco, com exceção apenas da exposição dos referidos produtos nos locais de venda.” Então, o que está se tentando fazer aqui... Talvez não seja a ideia do Ver. Kopittke, mas não é só este projeto, são outros projetos que vêm nesse sentido; eu tendo a crer que é para botar no boletim informativo: “Ah, eu tentei; não deu!” Mas nós vamos perder tempo aqui, vamos aprovar para ser vetado?

 

O Sr. Kevin Krieger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do Vereador.) Ver. Mario Manfro, agradeço por este aparte. Quando tu colocaste: onde é que os comerciantes colocarão o cigarro? Debaixo, escondendo? Será que isso também não vai fortalecer o contrabando de cigarros, que é violento no Brasil? Gostaria muito que o Ver. Alberto pudesse falar com o seu Governo em Brasília para fazer um combate mais efetivo e mais forte à clandestinidade nas nossas estradas federais.

 

O SR. MARIO MANFRO: Obrigado pelo aparte. Realmente, soma-se a tudo que eu disse o problema da clandestinidade. Mais uma vez, quero deixar alto e bom som: não sou defensor do cigarro! Sei dos malefícios do cigarro. Defendo a saúde das crianças, Ver. Alberto Kopittke, tanto quanto o senhor. Nem mais, nem menos! Mas este projeto especificamente, que fala do expositor, que já tem lei federal regulamentada, eu realmente não consigo compreender. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para discutir o PLL nº 114/13, por cedência de tempo do Ver. Marcelo Sgarbossa.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Estimado Ver. Mario Manfro, dirijo-lhe a palavra, obviamente com absoluto respeito, porque as diferenças, nem todas, são éticas, e sei da sua integridade e da sua luta, mesmo que possamos divergir neste tema. Mas o senhor trouxe aqui um assunto muito importante, que merece a atenção do Sr. Líder do Governo. Efetivamente, existe uma lei federal, que o senhor leu aqui, e eu mostrei três fotos, porque o Sr. Prefeito não cumpre a lei federal; o Sr. Prefeito prevarica na lei federal. Hoje, a SMIC não fiscaliza nenhum estabelecimento e permite a publicidade de cigarro em Porto Alegre, contrariando a lei federal. Estamos entrando, sim, no Ministério Público contra o Sr. Prefeito, por prevaricação, exatamente porque a Secretaria Municipal – tenho certeza de que se fosse o Ver. Cecchim, ele fiscalizaria – e o Sr. Prefeito não fazem uma fiscalização contra o cigarro. Qual é o compromisso que ele tem com a Souza Cruz ou com a Philip Morris? É isso que o Líder do Governo tem que vir aqui responder.

Tem muita gente que fala grosso contra as drogas – craque, cocaína, maconha –, mas quando vai falar da Philip Morris e da Souza Cruz, fala fininho! Na hora que é para proibir – e este é um assunto muito sério, como sei que o Ver. Janta o vem tratando – a publicidade de álcool na tevê, tem gente que fica bem quietinha. Mas o meu projeto tem uma diferença do projeto federal. Porque a indústria, em muitas cidades... Não é o caso de Porto Alegre, onde está tudo a bangu, a publicidade está a varrer e a Prefeitura faz que nem olha, inclusive o ilegal. Aliás, o Ver. Kevin tem que perguntar para o Governo dele por que estão destruindo o trabalho que o Ver. Cecchim fez e o Centro está virando, de novo, uma bagunça, porque é ali que está o cigarro ilegal, onde quem tem que fiscalizar é a Prefeitura! Mas o meu projeto tem uma diferença: proíbe a exposição do cigarro, sim, porque a indústria multiplicou por cinco os pontos de venda nos últimos vinte anos e está usando a autorização para colocar mais expositores. As nossas lojas de conveniência são frequentadas por crianças e adolescentes, Ver.ª Mônica – que fez um belo projeto contra os energéticos –, o que dirá do cigarro, que foi comprovado, internacionalmente, os males que faz? E é essa publicidade subliminar. Eu tenho aqui vários estudos internacionais sobre esse tipo de marketing subliminar, escondido. Isso é assunto muito sério! E quero lembrar aos colegas que não tem mais financiamento privado de campanha, não tem mais como repassar recursos e apoio por empresas. Acho que é um momento em que temos mais liberdade para discutir os assuntos, em que essas indústrias felizmente não têm mais a força do lobby para interferir na política, e nós podemos discutir a saúde pública, o interesse público de forma muito séria. Os colegas podem ir ao Hospital Santa Casa, a cem metros, e ver a ala das pessoas que estão morrendo por câncer de pulmão causado pelo cigarro, ou AVC, ou infarto, causa do maior número de mortes de homens na nossa Cidade e que está associada ao tabaco. E tem gente ganhando dinheiro com esse assunto.

 

O Sr. Airto Ferronato: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu até concordo com V. Exa., agora, mata muito mais o leite envenenado com soda cáustica e outros produtos embutidos com uma série de problemas. Portanto, a questão é bastante ampla, sem nenhuma oposição àquilo que V. Exa. está falando.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Por isso que eu sei que o senhor é contra o leite adulterado. E, exatamente, pelo fato de o senhor ser fumante, que V. Exa. sabe os malefícios e sabe a importância de fazer com que menos crianças e adolescentes tenham acesso a esse produto e à sua publicidade. Eu sou contra proibir cigarro. Eu sou a favor que o cigarro seja legalizado, sim. E aqui temos pessoas suficientemente inteligentes e que sabem muito bem do que estamos falando. Ninguém está falando de proibir a industria ou a comercialização de cigarro; estamos falando da publicidade que atinge crianças e adolescentes.

Então, acho que é um bom debate, e estaremos passando mais informações aos colegas para que saibam efetivamente a repercussão desse assunto nas crianças e adolescentes da nossa Cidade. Acho que é um tema que merece a seriedade e a atenção de todos nós.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra discutir o PLL nº 114/13.

 

O SR. DR. GOULART: Meu querido Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, que bom momento para começarmos a discutir este assunto. Todos nós sabemos – e nós, médicos, mais ainda, temos obrigação de saber – o quanto o álcool, desmesuradamente ingerido, ou ingerido por crianças, faz mal à saúde podendo levar à cirrose, ao câncer depois da cirrose. Ou seja, o álcool pode ser ingerido, como o vinho, por exemplo, de maneira muito cuidadosa. O cigarro não. O cigarro não pode ser ingerido de maneira nenhuma. Nós sabemos muito bem que todas as pessoas que fumam terão bronquite obrigatoriamente, e terão enfisema pulmonar – aquela doença incapacitante que não dá nem para se mexer, sequer para ter uma relação sexual mais movimentada, porque dá falta de ar. Agora, eu não sei se uma lei que proíba a visualidade seja o melhor caminho, talvez fosse mais importante a educação na escola, desde pequenos; talvez fosse mais importante a educação dentro da própria casa para que as crianças não venham a ser adultos fumantes. Quando vimos defender o assunto, e aí eu vou fazer de conta que não escutei o que o meu amigo Kopittke disse – vou fazer de conta que não ouvi porque gosto muito dele, eu o admiro muito – é useiro aqui nesta Casa, pelo menos na minha época de Vereador, o que já remonta quase 20 anos, termos que saber exatamente o teor da matéria de que vamos falar para não dizer bobagem, para não dizer inverdades. Se existe um trabalho que o Rogério faz SMIC – e sabe muito bem disso o meu querido ex-Secretário, também nosso italiano – é no sentido de que nunca deixou-se de trabalhar tão violentamente nos bares contra a venda de bebidas alcoólicas para menores de idade e contra o uso de cigarro em ambientes fechados. Eu não tenho o número agora porque estou afastado, há uns dois meses, dessa lide, mas eu trarei aos senhores para que vejam. Se existe trabalho que a SMIC faz, meus queridos Vereadores, podem ficar tranquilos, é o trabalho da Lei Antifumo, fumo zero e a Lei da Venda de Bebidas para Menores, multas violentas, fechamento de casas, e tal e coisa. Então, eu gostaria que cada um dos Senhores, responsavelmente, viesse falar nessa tribuna tivesse dados, tivesse consigo os números para não fazer uma ofensa a quem trabalha tanto, está precisando até de ajuda nossa com lei de insalubridade e de periculosidade para cuidar deles. Viva a SMIC! E, dentro da SMIC, ainda viva a fiscalização da SMIC, que é um órgão invejável para todas as prefeituras deste Brasil!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para discutir o PLL nº 114/13.

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Ver. Alberto Kopittke, que é o autor desse projeto, que eu considero extremamente meritório, que veda a publicidade de produtos fumageiros. Eu quero dar aqui testemunho, de um lado, como profissional de saúde; de outro, como ex-fumante. Eu comecei a fumar aos 14 anos de idade e deixei de fumar aos 36 anos. Eu não teria, Ver. Dr. Raul, V. Exa. como médico, assim como o Goulart, como o Dr. Thiago, ultrapassado os 50 anos de idade – hoje estou com 73 – se não tivesse parado de fumar. Aos 36 anos, eu não subia dois lances de escada sem me faltar, absolutamente, a capacidade respiratória. E foi uma decisão ligada à saúde, ligada à própria profissão farmacêutica e ligada também ao enfrentamento de um setor que as multinacionais dominam no mundo inteiro e, inclusive, no Brasil. É com esse testemunho que eu quero discutir esse projeto. O primeiro mérito é o enfrentamento de uma questão antes de tudo de saúde pública, e, praticamente, foi o que mais me moveu. Acho que é um dado importante que o Kopittke já trouxe aqui, que nos dá a dimensão: 200 mil pessoas por ano morrem no Brasil por problemas relacionados, sim, com o tabaco, de AVC, de câncer de pulmão e de infarto. Relacionados todos esses agravos com o uso do tabaco. Há pesquisa e produção científica sobre isso, não é chegar aqui e dizer que morre e pronto. Há pesquisa e produção cientifica envolvendo, inclusive, o Ministério da Saúde. O segundo mérito é sobre o que isso significa sob a ótica dos gastos públicos, valores que poderiam ser investidos na Atenção Básica e na própria educação para saúde, porta de entrada para inverter a lógica de a gente trabalhar com doença. Porque o tabaco, a bebida alcoólica e outros produtos químicos causam, sem dúvida nenhuma, doenças e a morte. E nós poderíamos estar investindo em saúde; trabalhar com saúde, com a vida, ao invés de trabalhar com a doença e a morte.

Eu queria enfocar uma questão que me chama muita atenção, porque comecei na juventude a fumar: é a indução, através da propaganda, ao fumo, como se fosse um status social. Na minha geração, as mulheres, inclusive, isso era tido como um status social. As meninas de 14, 15 ou 16 anos também eram induzidas por isso. É um absurdo! Pelos interesses, pela propaganda, o fumar para o jovem – e continua sendo – era uma forma de se postar na sociedade. É a construção de uma imagem patrocinada por interesses econômicos, inclusive através da mídia e de propagandas que eu considero criminosas, expostas nos locais, versus a qualidade de vida das pessoas. Então, são os interesses das grandes multinacionais. O fumo, o álcool fazem mal à saúde.

A terceira questão, que é um mérito também deste projeto, é a possibilidade de Porto Alegre tomar para si a responsabilidade com a saúde do seu povo. Por exemplo, veio aqui a discussão do contrabando de cigarro, de bebida, de tudo. É algo maléfico, e eu sou parceira para, junto do Governo Federal... Aliás, já há lei federal, Porto Alegre poderia ser um exemplo no combate ao contrabando, fazendo valer a lei federal e votando essa proposta de lei para enfrentar os malefícios que causam o fumo, pela sua composição química. E não é apenas o elemento químico da nicotina, muitos outros elementos existem no fumo, inclusive agrotóxicos, porque a cadeia produtiva do fumo é uma das cadeias que mais usa agrotóxicos. Então, essa interação química faz muito mal à saúde. Isso está dado pelas estatísticas de morte pelo fumo.

Então, Ver. Kopittke, há méritos no seu projeto, e nós estamos com V. Exa. e Oxalá...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. JUSSARA CONY: ...a Câmara tome a si também, aprovando este projeto, essa responsabilidade para enfrentar os malefícios do fumo no sentido de garantir que a gente possa ter mais qualidade de vida para o povo de Porto Alegre. Parabéns, Vereador, e o PCdoB vota com Vossa Excelência.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 114/13.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu ouvi atentamente o ilustre Ver. Alberto Kopittke que, de forma textual, afirmou o seguinte: “Nós não estamos legislando contra a fabricação de cigarro, nem contra a sua comercialização, porque essas são legais, indiscutivelmente. Nós estamos discutindo sobre a propaganda comercial desses produtos”. Foi isso, Ver. Manfro, que eu ouvi de forma muito expressa. O Vereador, no meu entendimento, deu um tiro mortal no seu projeto, porque, se há alguma coisa que Vereador nenhum ou Parlamentar Estadual nenhum, em todo o território brasileiro, pode fazer é querer legislar sobre propaganda comercial. Porque, Ver. Cecchim, está escrito na Constituição Federal – e nós temos que respeitá-la – que legislar sobre propaganda comercial é de competência exclusiva da União legislar, neste caso e em qualquer situação.

 

O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pujol, obrigado, obrigado pelo aparte. Eu também vou nessa tua linha. Agora eu tenho visto, na televisão, as propagandas, os comerciais mais bonitos são de bebida alcoólica, em geral a Heineken, a Budweiser. Então é difícil, não é?

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado, Ver. Tarciso. Aliás, eu quero lembrar a todos aquilo que o meu colega, Líder do PSDB, acertou. No Dia Mundial de Combate ao Fumo foi divulgada a regulamentação da Lei Antifumo nacional, e essa Lei Antifumo pode legislar sobre propaganda comercial. E o art. 7º desse Decreto, assinado pelo Ministro Arthur Chioro – que todos nós sabemos que é um dos ministros substituídos, ele é integrante do Partido dos Trabalhadores – diz (Lê.): “É vedada, em todo o território nacional, a propaganda comercial de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilé ou outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, com exceção apenas da exposição dos referidos produtos nos locais de vendas...”

E o que se quer agora aqui? É não permitir a exposição nos locais de venda; é contrariar a legislação federal! Olha, eu não vou discutir se o cigarro faz bem, se o cigarro faz mal. Todo o mundo sabe o meu histórico nesse sentido. Eu fui tabagista por mais de 60 anos, enfrentei consequências desse fato e disso eu não faço nenhuma cruzada. O que importa é que precisamos saber o que é competência nossa e o que não é. E, na prática, Ver. Manfro, nós estamos correndo o risco, Presidente, de vermos uma pessoa chegar a um supermercado, olhar, querer comprar cigarro, ali não estar exposto nada – então aqui não se vende cigarro –, sair na rua e encontrar um contrabandista vendendo cigarro...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: ...Por lei, é permitida a exposição do produto, que agora, em Porto Alegre, quer se retirar. Tentativas semelhantes já foram feitas em São Paulo, não deu certo; no Piauí, não deu certo; em Pernambuco, não deu certo; na Bahia, não deu certo. Ou foram declaradas ilegais, vetadas pelas autoridades competentes, ou foram derrubadas por liminares nos tribunais competentes, o que prova que nós estamos em uma situação inócua. Eu nem vou me referir à emenda do Ver. Clàudio Janta, porque, como o acessório segue o principal, eu não posso perder de vista...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol prossegue a discussão do PLL nº 114/13, a partir deste momento, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, pessoas entendem que podem tutelar a sociedade através dos seus interesses políticos, promocionais, demagógicos e, até mesmo, antidemocráticos, porque querem o máximo. Agora, querem restringir como alguém vai cuidar internamente do seu estabelecimento comercial. “Ah, não! Pode, desde que seja nas tabacarias.” Reserva de mercado? Em bares e tabacarias, vai ser possível a exposição; em outros lugares, não, por quê? Porque a demagogia, a vontade de se mostrar e de explorar determinadas situações e sentimentos se fizeram presentes num projeto que – queira Deus! – não virá a ter o agasalho desta Câmara. Eu conclamo: vamos votar contra este projeto!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE (Requerimento): Sr. Presidente, tendo em vista a qualidade deste debate e o fato de vários colegas terem me pedido para aprofundarmos o assunto, a fim de que o debate se amplifique, solicito a retirada do PLL nº 114/13 da priorização de votação da Ordem do Dia de hoje.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está bem, Vereador.

Apregoo a Emenda nº 03, de autoria dos Vereadores Alberto Kopittke e Engº Comassetto, ao PLL nº 114/13.

Apregoo a Emenda nº 02, de autoria dos Vereadores Idenir Cecchim, João Carlos Nedel e deste Vereador, ao PLCL nº 065/15.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 02 ao PLCL nº 065/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 03 ao PLL nº 114/13 à apreciação das Comissões, para Parecer. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Kevin Krieger, o Requerimento de autoria do Ver. Alberto Kopittke. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 11 votos SIM, 18 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

O Ver. Kevin Krieger está com a palavra discutir o PLL nº 114/13.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Boa tarde, quero cumprimentar o Presidente Mauro Pinheiro, os Vereadores e as Vereadoras; eu poderia aqui, rapidamente, dizer que fiquei completamente satisfeito com as falas do Ver. Pujol, do Ver. Mario Manfro e de outros Vereadores que estiveram aqui.

Mas, Ver. Bosco, eu não posso me furtar de vir a esta tribuna falar sobre algumas coisas que o Ver. Alberto Kopittke afirmou em relação ao Prefeito José Fortunati. Todos escutamos o Ver. Alberto dizer que o Prefeito Fortunati prevaricou, prevarica. Quero lhe dizer, Ver. Alberto, que nós temos, na figura do Prefeito José Fortunati, um dos homens mais sérios da política no Rio Grande do Sul, na política porto-alegrense. Talvez, em alguns momentos, tu fiques muito nervoso, quando nós falamos do Governo Federal e da responsabilidade do Governo Federal. Quando falam do Governo Federal em relação à segurança pública bate um nervosismo no Ver. Alberto. Essa é uma realidade! Porque ele sabe, Ver. Idenir Cecchim, que o Governo dele não dá a mínima condição para os governos estaduais. Que projeto de segurança tem o Governo Federal, Ver. Ezequiel? Que projeto? O Pronasci? Onde está o Pronasci, que era um programa de cidadania? E que eu – Ver. Alberto, peço a sua atenção –, como Secretário de Direitos Humanos e Segurança Urbana, digo que era um bom projeto. Infelizmente, o Governo Federal acabou com o Pronasci, que era uma bela iniciativa. Infelizmente, o mesmo Governo Federal que implantou o programa, acabou com ele. Então, quando nós falamos das fronteiras, do problema que se tem com o contrabando dos cigarros é porque nós gostaríamos, realmente, que o Ver. Alberto Kopittke, que tem um bom trabalho nessa área, pudesse ajudar o Governo Estadual, ajudar o Governo Municipal, trabalhando junto ao Governo Federal para que pudesse colaborar conosco. Agora, não é proibindo as coisas que nós vamos chegar a uma melhor qualidade de vida para a nossa Cidade. Não sei se foi o Ver. Mario Manfro que falou nesta tribuna que, em relação à lei federal, o cigarro é legal, a bebida é legal – o Ver. Reginaldo Pujol reforçou –, mas esse projeto é inconstitucional. Totalmente, como o Ver. Reginaldo Pujol me fala; mas tudo bem, nós não vamos nos furtar de debater, Ver. Alberto Kopittke. Agora, nós temos, sim, a liberdade de querer transferir ou não o projeto, porque nós estamos passando a tarde inteira discutindo-o. Então por que não votá-lo? Por isso me posicionei para que não adiássemos por cinco Sessões, porque este plenário, no dia de hoje, está mobilizado e fazendo a discussão devida em relação ao projeto. Então, vamos votar.

E me desculpem, mas dizer que o Prefeito tem alguma coisa com a Souza Cruz, alguma coisa com a Philip Morris, Ver. Alberto? Pelo amor de Deus, Ver. Alberto! Pelo amor de Deus! O Prefeito é um homem sério, dedicado a esta Cidade.

Em relação ao projeto, Ver. Alberto, quero dizer que vou votar contra, porque não concordo com a proibição. Se nós temos uma lei federal, nós temos que cumpri-la e não ficar inventando leis municipais que são inconstitucionais.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Raul Fraga está com a palavra para discutir o PLL nº 114/13.

 

O SR. DR. RAUL FRAGA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, todos os que nos assistem, boa tarde. Em relação a este assunto do fumo e da saúde, trata-se de uma coisa que me toca muito pela minha formação médica. Então, não pude deixar de vir aqui para manifestar a minha posição.

Eu trabalho na seguinte linha: tudo o que diminua a exposição a drogas, seja de quem for, da criança, do adolescente, do adulto, eu vou defender, independente de legislação, independente de onde venha.

Vários aqui fizeram ponderações importantes. Agora mesmo, o Ver. Kevin abordou bem a questão, e eu quero me somar àqueles que acompanham o trabalho da SMIC, que muito fiscaliza a questão do fumo nos nossos estabelecimentos, mas acho que nem sempre a legalidade é quem manda em tudo. Por exemplo, a morte é legal, não é ilegal morrer. E o cigarro mata as pessoas. Não tem outra forma de falar nisso. Então, temos que fazer este enfrentamento com o fumo.

Eu tive a satisfação e a honra de fazer a minha residência médica na Enfermaria 29 da Santa Casa, comandada então pelo Professor Mário Rigatto, que foi a pessoa neste Estado, eu diria, que, nos últimos 40, 50 anos, mais combateu o fumo e mais argumentos trouxe em relação a essa matéria. São inúmeras as pessoas que eu presenciei morrerem de infarto, morrerem de câncer, principalmente de câncer de pulmão e enfisema pulmonar, situações terríveis, inclusive, como muitos de nós já tivemos com familiares e sabemos o que representa. Então, acredito que tudo o que combata o efeito do cigarro é bom para a sociedade.

Na Legislatura anterior eu tive a oportunidade de propor algumas ações nesta área, junto com o Ver. Beto Moesch e com o próprio Ver. Nedel, que também trabalhou muito essa matéria, e nós criamos um projeto de lei que fez com que a sociedade ouvisse o que já vinha de São Paulo e do resto do mundo, que era a proibição do consumo de cigarros em recintos coletivos fechados. Hoje, quando entro em algum barzinho e vejo que ninguém está fumando, sinto-me contemplado. Antes se discutia a questão do fumódromo, e eu era contra; hoje, já não temos mais fumódromos. Eu acredito que essas são ações que vão, ao longo do tempo, melhorando e qualificando a vida das pessoas, e nós temos que procurar, como Vereadores e cidadãos, nos integrarmos a esse processo, que, acreditamos, é inexorável.

O projeto em pauta pode trazer alguma ajuda nessa matéria, não tenho muita certeza disso, mas acredito que ele ajude na baixa do consumo do cigarro. Então, nesse sentido, eu me alinho, neste momento, ao projeto, independente de qualquer questão política ou empresarial envolvida, seja o que for, pois acho que essas ações são suprapartidárias e fazem com que possamos mostrar para a sociedade o que nós queremos em termos de qualidade de vida. Quero registrar que realmente acompanhei que houve uma fiscalização importante – e continua havendo – na esfera da SMIC, na parte da Prefeitura, que deve ser permanente e fundamental para que melhoremos a qualidade de vida de todos os porto-alegrenses. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo o Requerimento de autoria do Ver. Alberto Kopittke, solicitando adiamento do PLL nº 114/13 por cinco Sessões. (Pausa.) Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Alberto Kopittke. (Pausa.) O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, eu venho aqui fazer um apelo para que nós possamos seguir este debate. Este é o meu único pedido. Nós ouvimos aqui médicos, temos uma discussão muito acima de partidos de Governo e de oposição. Creio que existe espaço para o debate político. Nós temos aqui mais uma carta, que chegou durante a votação, de uma rede de mais de cem entidades da Cidade apoiando o projeto. Então, o único pedido que eu faço para podermos efetivamente fazer um debate, Ver. Tarciso Flecha Negra, acima de diferenças partidárias, é a realização de uma audiência pública. Até o momento, ninguém fez a defesa de mérito contrário ao projeto, Dr. Raul; de conteúdo médico, de saúde pública, independente da política – todos nós sabemos as diferenças que temos. Eu não ouvi nenhuma defesa do porquê que a publicidade é boa para a saúde pública. Todas as evidências de estudos científicos demonstram que a publicidade induz crianças e adolescentes a fumar. E hoje a única publicidade permitida é nesses estabelecimentos. Então, estamos discutindo a possibilidade de tirar das crianças e adolescentes da Cidade o acesso à publicidade do cigarro. Parece-me um assunto por demais importante. Proponho uma audiência pública, em que o setor fumageiro possa vir aqui legitimamente, porque é uma atividade legal – e tem que continuar sendo; do contrário nós criaríamos mais um grande tráfico de drogas de cigarro, como temos que combater duramente a pirataria na União, no Estado e nos municípios. Todos temos que combater o crime! Por isso, eu sou a favor da legalidade da produção e do comércio de cigarro. Nós estamos tratando da publicidade, e acho que o setor fumageiro tem direito de vir aqui: a Philip Morris, a Souza Cruz. Eu não estou fazendo aqui nenhuma conjectura, pois são empresas que criam empregos, é verdade! E eu quero que elas possam debater com a sociedade civil, com os médicos, com o Dr. Luiz Carlos, da Santa Casa, com o Dr. Maurício, do GHC, realmente, quem trata desse assunto, as associações de apoio ao câncer da Cidade, as associações de defesa da criança e do adolescente da Cidade, os Conselhos Tutelares, esses que são envolvidos e querem debater esse assunto. Por que não podemos debater?

Então, faço, efetivamente, esse apelo, Ver. Kevin – o senhor que dirige a Bancada do Governo –, se não existe uma questão política por parte do Governo sobre essa matéria, que a gente possa, então, prosseguir o debate, para que possam fazer defesas contrárias de mérito sobre o projeto. “Olha, publicidade de cigarro faz bem!”, eu queria ouvir alguém que dissesse isso, como também ajuda a sociedade a ser melhor, porque quanto mais gente fumando mais emprego a gente gera, mais câncer de pulmão, mais médico trabalhando – quero ver alguém fazer essa defesa! Porque tem interesses por trás e eles têm que aparecer. O Red Bull fez pressão contra o projeto da Ver.ª Mônica. O Red Bull é ilegal? Não! Mas é o poder político que tem que fazer o debate de saúde pública e não do interesse financeiro, e essa competência é nossa, Ver. Pujol, na minha modesta opinião, respeitando a sua, porque, do contrário, não temos o porquê de estarmos aqui: o mercado regula tudo! Se ele só faz o bem, não precisa regulação de remédio, não precisa regulação de agrotóxico, libera tudo, libera geral! Eu acho que não! E peço aos colegas, independente o voto que cada um vai poder manter aqui, se for contrário ao projeto, a oportunidade de promover esse debate na Cidade.

Para concluir, eu soube de debates calorosos nesta Casa, quando alguns Vereadores apresentaram lei para proibir o fumo em lugares fechados, há mais de 15 anos. Parece-me, realmente, que foi um assunto dificílimo de debater. Hoje, já se incorporou isso. E graças a essa coragem, eu já disse nome, aqui, Ver. Mario Manfro, e sempre digo porque esse avanço se deveu a uma pessoa com a qual tenho divergência sobre outros assuntos, mas tem que ser dado o nome, José Serra, Ministro da Saúde que liderou com coragem contra os interesses financeiros. Graças a isso, hoje o País tem 1/3 a menos de fumantes, 1/3 a menos de câncer de pulmão, 1/3 a menos de infarto. Acho que é um debate que podemos fazer com protagonismo e com argumentos sérios, concretos, conhecendo todas as opiniões. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, só para registro. Eu conheço as manobras regimentais e as manobras políticas. A provocação para um debate num momento inadequado não vai fazer com que eu faça o jogo daqueles que querem protelar, não votar, porque estão convencidos de que não terão sucesso no propósito de aprovar essa barbaridade que foi proposta.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o registro. O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Alberto Kopittke.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, acho que poucos combateram, fizeram campanha e pediram para que não se fumasse dentro de estabelecimentos e em recintos fechados, como eu fiz quando estava como Secretário da Indústria e Comércio. Quero agradecer a referência do Ver. Alberto sobre isso. Realmente se combateu. E eu sou a favor que se proíba o cigarro em todos esses locais. Agora, eu não tenho como ir lá na casa do Janta, que fuma, e ele compra em algum lugar, é viciado em cigarro. Não é o caso do Ver. Janta, estou dando só como exemplo. E nós temos até dentistas que fumam, médicos que fumam, e eles são contra o cigarro, mas fumam, são viciados no cigarro e têm uma dificuldade enorme para largar o cigarro. Agora, quem é dono de um mercadinho, quem é dono de uma lancheria, quem é dono de um pequeno supermercado ou de um grande supermercado vende, ele está dentro do seu estabelecimento e, quando é para vender cigarro, tem que colocar uma propaganda de cigarro, para chamar, para vender. Quando vamos comprar cerveja, há uma propaganda enorme, quando não tem uma loira do lado da garrafa para vender a cerveja. Quando você vai à padaria comprar pão, tem uma baita de uma propaganda com a fotografia de um trigal bonito, de uma lavoura de trigo linda, por que isso? Para chamar a atenção e vender o pão, os doces, enfim, tudo aquilo que vem do trigo. Eu acho que é muito difícil intervir nos negócios legais em estabelecimentos comerciais – proibir a propaganda, proibir a venda, proibir... Eu entendo que o Ministro José Serra fez a proibição do cigarro, ele mesmo criou os genéricos dos remédios, mas no estabelecimento comercial, na propriedade privada, eu acho muito difícil de nos metermos e não deixar fazer como essa pessoa quiser realmente fazer o seu negócio, Ver. Pujol. Se o senhor quiser vender estátuas sacras, vai fazer uma propaganda para vender isso. Agora somente o cigarro... Eu acho que está todo mundo consciente de que o cigarro faz mal, agora quem não consegue se livrar do vício assim como eu não estou vendo por aí fazendas que tiram o vício do cigarro, tem as de bebida alcoólica. É difícil largar o vício da bebida. Quem tem alcoólatra em casa, quem bebe, sabe o quanto é difícil fazer isso. Agora, eu fico muito preocupado, Ver. Goulart, quando muitas pessoas neste País proíbem a propaganda e a venda de cigarros e defendem a liberação da maconha. Eu acho que isso é uma contradição muito grande que nós devemos levar em conta. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Paulo Brum, o Requerimento de autoria do Ver. Alberto Kopittke. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 08 votos SIM, 15 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 114/13.

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, meus colegas Vereadores e Vereadoras, a passos lentos avança a humanidade. Este tema que estamos debatendo aqui é um dos temas que têm resistência ao natural de serem tomadas decisões quando estas enfrentam o que nós chamamos de poder econômico, os poderosos, deixando de lado, em detrimento, Ver.ª Séfora, a saúde pública, os interesses da vida, a preservação do ambiente. Há muitos sociólogos que dizem que o fumo é uma vingança indígena em relação ao povo ocidental. Todos nós sabemos que o tabacum é uma planta originária das Américas e que não existia o fumo ainda na Europa até a chegada dos colonizadores. Dr. Raul, que é médico, assim como o Dr. Goulart, nós sabemos que os centros de oncologia, principalmente do câncer de pulmão e do aparelho respiratório, estão concorridíssimos por pessoas com câncer originário do fumo. E o que motiva os jovens a consumirem o fumo? Um deles é o status, também a propaganda. Eu costumo dizer aqui que, se houve uma grande personalidade que todos nós, de certo modo, idolatramos, achamos bonito, porque foi campeão do Mundo na Copa de 70, foi o grande jogador Gerson, que participou de uma propaganda que fez, na sociedade brasileira, um estrago fenomenal, que dizia o seguinte, com um cigarro Vila Rica – lembra-me aqui o Ver. Dr. Raul: “Leve vantagem você também, leve Vila Rica”. Inclusive, essa premissa da Lei de Gérson levou, na época, a uma grande propaganda para induzir as pessoas a iniciarem a fumar ou ter o status de fumar, como incide até hoje na cultura brasileira para a corrupção. Porque a Lei de Gérson significa levar vantagem, furar a fila, significa receber o troco e não devolver, significa querer levar vantagem na ficha, significa os médicos sem caráter utilizarem, nos seus consultórios particulares, os receituários do SUS e darem para os clientes, furando a fila; significa um conjunto de posturas em querer levar vantagem. E hoje, meus colegas Vereadores, o Ver. Reginaldo Pujol subiu a esta tribuna para defender enfaticamente o poder econômico das fumageiras. Quem não lembra do debate que nós tivemos – Ver. João Carlos Nedel, o senhor foi um dos lutadores – para proibir o cigarro em recintos fechados? Eu pergunto aqui a todos os fumantes e não fumantes, todos que estão votando aqui, neste momento, a favor do poder econômico e em detrimento da saúde, se não é uma beleza – Vereador, nosso patriarca aqui, Guilherme Socias Villela – irmos a um restaurante e não termos mais aquela pessoa fumando ao lado e aquela fumaceira no restaurante. É uma beleza! E no debate, naquele momento, aqui nesta Casa, inclusive, houve resistência em aceitarem isso. Para concluir, Sr. Presidente, se o senhor me permite mais alguns segundos, eu quero dizer que, há poucos dias, eu li um artigo de uma holandesa que fala das evoluções que tem a sociedade brasileira em relação à sociedade europeia. A sociedade europeia ainda não proibiu o cigarro em locais fechados. A sociedade brasileira já proibiu. E isso já está inserido na cultura. Por quê? Porque foi um debate difícil, um debate forte. Agora, Ver. Kopittke, o que o senhor oferece aqui é um novo momento. É tirar a propaganda deste mal para a humanidade – não é um mal para as indústrias, mas o cigarro é um mal para a humanidade –, tirar a exposição da propaganda em locais públicos, como lojas de conveniência entre outros. Bom, tem gente que vai perder dinheiro com isso? Tem, é verdade. Isso vai desmotivar muitos jovens, Ver. Manfro, o senhor que é fumante e é dentista... E aqui nós dissemos, outro dia, que uma das grandes incidências do câncer de boca, debate que os dentistas enfrentam, se dá por conta do cigarro. Nós conversávamos, e o senhor me dizia da sua luta para deixar de fumar. Bom, tem todo o nosso apoio aqui nessa sua luta. Agora é o momento de nós sinalizarmos como, talvez, a primeira cidade brasileira a adotar essa postura.

Concluo, lembrando aqui a Ver.ª Clênia Maranhão, que era do PMDB, que apresentou, e nós aprovamos, um projeto semelhante: proibir o consumo de bebidas alcoólicas nas lojas de conveniência. É uma lei municipal. É mais um avanço ou não é mais um avanço? Não tenho dúvidas. Por isso pedimos aqui o entendimento para o adiamento desse tema para que o Ver. Kopittke possa promover um debate também com a sociedade porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver. Alberto Kopittke, solicitando que sejam votadas em destaque as Emendas nº 01, nº 02 e nº 03 ao PLL nº 114/13.

Em votação a Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 114/13. O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 114/13, como autor.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, só para um esclarecimento bem objetivo e técnico: essa emenda é meramente para atender a uma orientação da consultoria jurídica, que disse que o projeto de lei não poderia estabelecer um prazo para a vigência da lei. Então nós fizemos apenas uma lei retificativa, tirando o art. 3º do projeto de lei, tirando o prazo, conforme orientação da Casa. Eu acho que é um assunto muito importante e quero esclarecer um pouco mais. Talvez as pessoas que nos escutam em casa não saibam exatamente o tamanho do assunto que nós estamos tratando, Ver. Kevin. Apenas com expositores, a indústria do cigarro gasta, em todo o mundo, U$ 10 bilhões. Aqui, no Brasil, com expositores, estima-se que estamos falando em algo acima de U$ 200 milhões. Toda verba que ia para a TV agora vai para os expositores. Efetivamente, como já foi muito bem dito por alguns colegas aqui, nós já temos uma lei federal, desde o ano passado, proibindo a propaganda, e eu não sei por que ela não está sendo cumprida em Porto Alegre. Cada vez que eu vou a uma loja de conveniência comprar um refrigerante, tenho que ver um grande outdoor cheio de luz e neon das empresas fumageiras. É um assunto muito importante.

 

O SR. MARIO MANFRO: Eu só gostaria de saber o que isso tem a ver com a emenda que está destacada, que o senhor está encaminhando. Até onde eu sei, o senhor está encaminhando a emenda.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Qual é o seu constrangimento, Ver. Mario? Eu não falei do senhor. Eu sei que a Associação Brasileira de Odontologia é a favor do meu projeto, espero que o senhor também seja.

 

O SR. MARIO MANFRO: Sem dúvida nenhuma! O senhor está fazendo uma manobra regimental, que eu respeito, só que, agora, dentro do Regimento, também, eu peço que o senhor se atenha à emenda. O senhor destacou a emenda; agora, que defenda a emenda.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Quem pode dizer o que eu devo ou não é o Presidente, mas agradeço muito. Peço desculpa aos colegas por prolongar este debate. Nós poderíamos tê-lo encerrado há 50 minutos. Eu não sei por que a gente não consegue, realmente, promover um bom debate sobre este assunto. É um assunto importante ou não é? Parece que sim! A gente já votou leis que proíbem a venda de bebidas alcoólicas e de cigarros a 100 metros das escolas, pelo interesse das crianças e dos adolescentes. Lá em Brasília, nós temos vários segmentos que têm uma luta firme contra o cigarro, como a bancada evangélica faz um debate importante sobre esse assunto. Por que nós não podemos debater? Então...

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver. Alberto, a pedido do Ver. Mario Manfro, peço que V. Exa. fale sobre a emenda.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Obrigado. Então, voltando para a emenda, caros colegas, efetivamente, o que nós precisamos é ajudar o colega Mario e tantos outros que querem o debate sobre saúde pública, saúde bucal, pulmão, traqueia, laringe, faringe, é um debate importante. A Associação Brasileira de Dentistas tem muito a dizer sobre esse projeto, a Associação Brasileira de Pneumologia tem muito a dizer sobre esse projeto; por que não os ouvimos? Acho que é um assunto muito importante, e essa emenda ajuda, com certeza, a esclarecer esse importante debate que não precisávamos nem estar fazendo aqui, desde que tivéssemos o bom senso de adiar a votação.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 114/13.

 

O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa tarde a todos e a todas. A Emenda nº 01, como disse o Ver. Alberto, trata da exclusão do art. 3º. Foi um apontamento do ponto de vista jurídico dizendo que, no projeto, não poderia constar um prazo determinado para a regulamentação da lei. Foi apontado, o Ver. Alberto acolheu e fez uma emenda excluindo esse art. 3º. Quero dizer que, quando subimos à tribuna, não conseguimos falar estritamente sobre o tema. Se fizermos um papel de censores... Aqui cabe um raciocínio: eu posso pegar artigos jurídicos para tratar do tema, mas a verdade é que o Ver. Alberto, autor do projeto, quer adiar, retirar de votação e não lhe está sendo permitido. Não precisamos ter nenhuma hipocrisia, no fundo, é isso. É uma luta do autor para conseguir adiar o projeto. Então, se algum Vereador acha que esta discussão está indo longe demais, é porque não permitem que o próprio autor, o Ver. Alberto Kopittke, retire o projeto. É simplesmente isso! Eu não quero entrar no mérito, nós temos mais três emendas aqui, todas destacadas. Eu falarei do mérito nas próximas emendas, esta é mais técnica.

Eu quero fazer aqui ainda um pedido: vejam, já são 5h25min, podemos ir até as seis ou seis e pouco, abrindo uma Sessão Extraordinária para continuarmos debatendo este projeto, ou, no próximo 1min30s, a base do Governo dá acordo, e o projeto é adiado. Simples assim. Então, é uma escolha que não cabe nem ao autor, que já fez aqui um pedido de retirada de priorização e agora faz um pedido de adiamento. Não quero entrar no tema, mas vou me dar o direito, mesmo com dificuldade de voz, de debater, se me for permitido, as outras emendas que acabaram de ser destacadas. É um pedido de sensibilidade ao Governo, porque acho que quase fui vítima disso, Ver. Bosco. Há umas duas semanas, pedi para retirar de priorização e também não me foi concedido. A Ver.ª Sofia Cavedon subiu à tribuna – ela, que tem um tempo maior nesta Casa do que eu – e colocou o fato de que nunca tinha visto o autor não poder retirar o seu projeto, sendo que é ele que maneja, é ele que tem informações se é um bom momento para o debate. Vejam, parece uma vingança de grupo, parece aquela vingança: fez discutir, a gente perder a tarde, agora vamos matar o projeto, não vamos deixar para depois. Por favor! Tenham um pouco mais de... Vejam, estão irritados, Ver. Alex, porque estamos discutindo há umas duas horas este projeto, não a tarde inteira, mas faz umas duas horas que estamos neste projeto. Bom, o autor está querendo retirar, o autor está querendo retirar.

Tem uma emenda a seguir – já quero adiantar aqui, mas vou me inscrever para discuti-la, é a emenda nº 03 – que permite a colocação de uma placa: “vendem-se cigarros”, permite a estabelecimentos comerciais colocarem uma placa dizendo “vendem-se cigarros”.

Então, o argumento de que se vai inibir, inclusive, está equivocado. O próprio autor está dizendo que terá uma placa com os dizeres: “vendem-se cigarros”. Um pouco mais de sensibilidade para que nós possamos terminar um pouco melhor a Sessão do que terminarmos numa luta sem muito sentido. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Presidente, tendo em vista a vontade do autor em postergar o debate, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pela Ver.ª Sofia Cavedon. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há quórum.

A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 114/13, pela oposição.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; a minha tentativa de retirada de quórum é para chamar este plenário ao bom senso, já que nós temos aqui construções importantes, uma delas é respeitar a vontade do autor. Não quero dizer votar com o autor ou com a ideia. Mas o Ver. Kopittke, ouvindo todos os argumentos desta tribuna, encaminhou dizendo que gostaria de fazer uma audiência pública, chamar a população, fazer um debate mais aprofundado. Eu acredito muito nesses processos, pois o Vereador poderá ser convencido de outra postura.

 

(Aparte antirregimental.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: É emenda sim! É uma emenda que retira prazo, e é do prazo que eu vou falar. Esse prazo para fazer audiência pública, para fazer um debate maior, inclusive com os Vereadores e as Vereadoras, é um prazo importante, que muda a cultura, pode alterar as situações. Eu me lembro muito bem, Ver. Nedel, do debate sobre a proibição total do fumo em ambiente fechado. O Ver. Nedel foi execrado em muitos momentos aqui nesta Casa. Hoje mudou uma cultura, e é algo que todos celebram, porque podemos nos alimentar sem a fumaça dos cigarros das pessoas que fumam. Teve uma divisão, teve uma evolução, e eu considero que o tempo para mudar é necessário e importante.

Esta emenda, retirando prazo, trazendo de volta a legalidade, supostamente, ao projeto, ela tem a seguinte visão: a de fortalecer a ideia do projeto, que é a de que mecanismos externos desestimulam ou estimulam o tabaco, Ver. Airto. E nós não queremos que os nossos filhos fumem – todos nós, mesmos os fumantes. Eu nunca fumei, mas tenho certeza de que pais e mães fumantes não querem e desaconselham seus filhos e filhas adolescentes a fumar.

Eu quero trazer três falas documentadas de avaliadores das empresas da indústria tabagista, que são falas que nos assustam. Uma avaliação: “O aumento de impostos, elementos externos que influenciam ou não no maior ou no menor consumo de tabaco. Em 1982 e 1983, o aumento de impostos fez com que 2 milhões de adultos parassem de fumar e preveniu que 600 mil adolescentes começassem a fumar. Isso foi desproporcionalmente pesado, nós não precisamos que isto aconteça de novo”. Ora, quem diz isso, quem faz esta avaliação é um especialista sênior da Philip Morris, em 1987. Quer dizer, aumentou o imposto do cigarro e 2 milhões de pessoas pararam de fumar e 600 mil não começaram a fumar.

De outro lado, já a analista de marketing da Reynolds, em 1975, diz que “para assegurar um crescimento em longo prazo para o Camel Filter, a marca precisa crescer a sua fatia no mercado entre o grupo de 14 a 24 anos”. Não pensem, senhores, que é inocente a forma como a marca se apresenta, como induz, como produz ao público que chega, porque eles têm pesquisa na área e calculam a média em longo prazo, porque tem um investimento importante, porque tem uma cadeia, porque tem um lucro. Enfim, eu não tiro as razões, negócio é negócio – não tiro as razões. Se o negócio é legal, a empresa tem que projetar o seu crescimento. Põe as duas balanças.

E há um memorando da Lolillard sobre vendas dos cigarros Newport, em 1978: “A base do nosso negócio são os estudantes do ensino médio”. Então, o nicho de mercado são os adolescentes.

Acho que vale um tempo maior para fazermos um debate sobre esse tema. O quanto, de fato – e aqui as pessoas têm dúvidas –, incide ou não a visibilidade do cigarro nos estabelecimentos comerciais. A emenda do Ver. Kopittke atira o prazo para regulamentação. Eu acho que está razoável, é tempo para amadurecer a medida.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 114/13.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, principalmente os senhores e as senhoras que estão em casa nos assistindo – eu tenho que cuidar com o que falo aqui, senão, depois, vão entrar com bagulho de decoro e essas coisas –, há coisas que me incomodam,e incomodam muito. Eu tenho um projeto que ia votar na semana passada, aí o Governo, o Ver. Pablo me pediu: “Deixa para a semana que vem, cinco Sessões.” Eu deixei, agora os caras estão vindo para Porto Alegre com encheção de saco. Estou pedindo, amanhã, na reunião de Líderes, no meio deste bagulho todo das cinco Sessões, uma audiência pública, os taxistas estão pedindo para usar o plenário e tal. Eu jogo limpo e claro: esse projeto não é meu, entrei com duas emendas, e uma emenda burra. Sou representante dos comerciários, e depois vi que ia tirar os carros de dentro das concessionárias. Retirei a emenda, pois como os caras vão tirar os carros de dentro da concessionária? Pensei que era anúncio no jornal, depois fui ver, aí tirei minha emenda burra, pois como os caras iam vender carro? Os caras iam dar em mim nas lojas: “Janta, tu és um burro, não podes mais ficar lá.” No ano que vem tem eleição, ia sair daqui a pontapés, pois são meus eleitores.

Mas não podemos vir para cá e ficar dando uma de coitadinho, não é, Ver. Alberto Kopittke? V. Exa. entrou com esse projeto no dia 4-4-2013, e aí o senhor ficou discutindo... O pessoal que está em casa, está vendo, ficamos a tarde inteira aqui discutindo o projeto. E eu tenho emenda neste projeto, porque eu acho que se vai proibir o cigarro, tem que proibir a cachaça também, e eu tomo a minha pinga, e tomo minha cerveja no final de semana. Faltam duas coisas para eu parar de fazer: parei de fumar, já parei de andar em alta velocidade, agora tenho que parar de comer e de tomar pinga, pois aí vou ficar um homem ideal. Aí vou morrer. Morri.

Mas o Ver. Alberto entrou com o projeto dia 4/4/2013! O Ver. Alberto teve tempo para fazer a tal da audiência pública. Ele podia ter feito audiência pública aqui na Câmara, podia ter feito na Souza Cruz, na Philip Morris e nas 16 regiões do OP. E poderia ter levado isso como temática do OP na área da saúde, na reunião que aconteceu na Casa do Gaúcho, Ver. Cassio – nós estivemos em todas. Poderia discutir na temática de saúde do OP a questão do fumo. Aí o Ver. Alberto Kopittke discutiu o seu projeto numa Reunião Conjunta, não levou para discutir na Comissão de Saúde desta Casa. A gente faz uma Conjunta quando quer aprovar um projeto ligeiro, como foi o meu do Uber, que eu pedi adiamento – o Ver. Nereu me deu uns “cascudos” aqui; devolvemos, foi um rolo. Eu pedi Conjunta porque eu tinha pressa. Entrei com ele em junho; não foi em 2013, foi em junho. Mas o Ver. Alberto poderia ter pedido para a Comissão de Saúde da Casa ter feito as audiências públicas. Aí vem se fazer de vítima. Aqui não! Pelo amor de Deus! Vamos botar os pingos nos is. Quatro de abril de 2013! Botar nas nossas costas que somos malvados, não! Nós não somos malvados! Agora nós estamos a tarde inteira discutindo.

Eu quero que votem na minha emenda. Vamos proibir cigarro, vamos proibir cachaça, vamos proibir cerveja! E não vamos botar plaquinha nenhuma. Se não pode vender, não pode vender com placa nenhuma! É como tirar o sofá; o cara chegou em casa, “a minha mulher me traiu.” “O que é que tu fizeste?” “Vendi o sofá.” Que sofá! Que plaquinha! Não tem plaquinha! Não pode vender, não pode vender e acabou! E não adianta nós pedirmos para o pobre coitado do cara da vila não vender, Ver. Alberto. Nós temos que fazer um projeto mais audacioso ainda: tem que proibir anúncio da bebida alcoólica. É maravilhoso a gente ver a “Verão”, mas tem que proibir anúncio no jornal, no rádio, na TV do incentivo da bebida às crianças.

E lembraram muito bem o projeto de lei que proíbe a venda de bebida em postos de gasolina e está lá a bebida sendo vendida! Agora vir botar nas costas da Câmara de Vereadores que nós não somos democráticos, que nós não queremos audiência pública! Vamos de vagar que o santo é de barro! Todas as vezes em que foi pedida audiência pública, esta Casa acatou. Agora chegar aos 45 minutos do segundo tempo e dizer que nós não queremos audiência pública, aí, não, esta Casa é do Povo, esta Casa é da democracia. E toda vez que as coisas foram feitas com transparência, nós acatamos a transparência. O projeto entrou dia 4 de abril de 2013, entrou em votação porque foi feita uma Reunião Conjunta das Comissões com base no art. 81– para as senhoras e os senhores saberem, o art. 81 entra na prioridade de votação –, mas esse projeto não foi sequer para a Comissão de Saúde desta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Kevin Krieger, a Emenda nº 01 ao PLL nº 114/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM, 18 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLL nº 114/13, pela oposição.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, seguimos esse importante debate.

 

(Procede-se à apresentação do PowerPoint.)

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Mostrarei somente um estudo – há vários que colocamos –, são somente informações; se são importantes ou não é do juízo de cada um. Sinceramente, Ver. Janta, eu acho que não tem nenhum coitadinho aqui, tem pessoas que debatem opiniões – estou debatendo a minha. Então, está ali a fonte, o estudo estima que proibir a publicidade em pontos de venda e exigir que as embalagens de cigarro sejam mantidas fora da visão dos adolescentes pode ajudar a reduzir sua exposição a impressões de marcas de cigarro em até 83%. Eu não acho engraçado que a nossa Cidade seja a que tenha o maior número de crianças e adolescentes fumantes do Brasil, a Cidade que tenha o maior número de crianças menores de 15 anos que já experimentaram cigarro. Nós temos 28% de jovens que fumam em Porto Alegre, nós temos o maior número de adultos fumantes do Brasil – 16,5%. Eu não acho que isso seja motivo nem de piada, nem de brincadeira, e é, sim, motivo de debate, que nós deveríamos debater. Eu fico, sim, triste que a orientação da base do Governo seja contra esse projeto. Mesmo que o seu Líder e nenhum dos Vereadores tenham vindo aqui trazer um argumento de mérito sobre os cigarros, e do porquê são contra esse projeto. É simples! Eu estou trazendo vários e vários estudos – poderia enchê-los de números, o que não é o caso – que demonstram que a publicidade, em pontos de vendas, é hoje a grande indutora de cigarro, quando faz com que as crianças e os adolescentes comecem a fumar. E é aquilo que mais dificulta um adulto a parar de fumar, porque toda vez que ele vai a uma loja encontra publicidade de cigarro. Eu acho isso um assunto por demais sério.

Há um estudo aqui que traz que Porto Alegre, Ver. Pujol – eu sei que esse é um assunto que tem a sua atenção –, o Rio Grande do Sul teve, no ano passado, 2.770 casos de câncer de pulmão; só em Porto Alegre, o número estimado é mais ou menos 1.200 a 1.400 casos. Isso é o dobro, Ver. Delegado Cleiton, do número de homicídios, é o dobro do número de mortes na Cidade. Eu estou propondo um debate de uma ferramenta gratuita para o Poder Público, que pode reduzir esse número, simples. Traz prejuízo financeiro eventual? Traz sim. E esse é o debate que eu estou propondo, um debate ético sobre as opções que a gente pode ter para ter uma Cidade mais saudável. Assim como várias capitais do mundo estão proibindo a publicidade, eu tenho certeza que em breve também chegará aqui. Já existe lei federal, é verdade, não tão dura quanto a minha, não tão abrangente. E o Município não cumpre, infelizmente, não cumpre, e eu lastimo. Não sei de quem é a responsabilidade, a culpa, se é do Prefeito Fortunati, do Vice-Prefeito Melo, não sei de quem é, mas Porto Alegre não faz o que poderia estar fazendo para reduzir o número de crianças e de adolescentes fumando. Se isso deixa alguém incomodado, bom, traga aqui qual a política de combate ao câncer, de combate ao fumo que a Cidade tem; quantas multas a Prefeitura já deu sobre os expositores de cigarro? Eu estou aberto aqui, convençam-me que a minha opinião está errada. Pelas informações que eu tenho, nenhum estabelecimento foi multado por propaganda de cigarros na nossa Cidade, apesar de ter uma lei.

Então, acho que é, sim, um debate respeitoso que eu faço, de conteúdo, com várias redes de entidades de apoio, acho que os colegas poderiam refletir, modificar sua opinião, porque esta é a virtude da política e a virtude do Supremo Tribunal Federal, que tirou o financiamento empresarial de campanha, o que nos deixa com mais liberdade para fazer um debate mais sobre saúde pública desse assuntos e de tantos outros. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 02, destacada, ao PLL nº 114/13.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, não queremos dilatar de forma inconsequente um debate que já foi realizado. A emenda – nós já explicamos ao seu subscritor – introduz a figura da vedação e da venda da bebida alcoólica, introduz uma redação dizendo que onde é permitida a sua comercialização pode haver essa propaganda. Então, todos os bares de Porto Alegre, todos os lugares poderiam ser parceiros. É uma emenda que, em condições normais, nós olharíamos com a melhor das atenções possíveis, até em homenagem ao seu autor, o Ver. Janta. Ocorre que nós, antecipadamente manifestando posição contrária ao projeto, não podemos bancar uma de fariseus, aprovando uma emenda que não subsistiria no final, porque votaremos contra o projeto e temos expectativa real de que ele não seja aprovado. Não sendo aprovado o projeto, a emenda não haveria de subsistir. Por isso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, para não alongar um debate já exaurido, nós apenas fizemos essa consideração em homenagem ao autor da proposta.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLL nº 114/13.

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Obrigado, Sr. Presidente; colegas Vereadores e Vereadoras; a emenda apresentada aqui pelo Ver. Clàudio Janta já tem uma decisão que vem ao encontro dela tomada por esta Casa. Um projeto que votamos em 2007 ou 2006, de autoria da então Ver.ª Clênia Leal Maranhão, que fez toda uma discussão, que, na época, não existia legislação federal proibindo o consumo de bebidas alcoólicas nas lojas de conveniência e postos de gasolina. Naquela época, existiam aqueles grandes encontros de jovens nos postos de gasolina que, em alguns momentos, geraram grandes confusões e até mortes por disputas diversas entre a juventude e onde passava por aí também o tráfico de drogas. E esta Casa votou, aprovou e criou uma legislação municipal proibindo consumo de bebidas alcoólicas em lojas de conveniência. E, se vocês estão nos ouvindo, senhores e senhores, e os colegas Vereadores que votaram a favor naquela época; a Ver.ª Mônica Leal foi uma delas, que eu lembro que estava aqui no plenário. O Ver. João Antonio Dib, que nos ouve, votou a favor; Ver. Nereu D’Avila votou a favor; Ver. Dr. Goulart votou a favor naquele período; Ver. Reginaldo Pujol votou a favor – todos esses Vereadores que eu citei aqui, que eu lembro, que há muitos novos – do projeto da Ver.ª Clênia Maranhão. E esse projeto foi muito importante para a cidade de Porto Alegre, porque, a partir daí, gerou, inclusive, uma legislação nacional que hoje...Depois veio a proibição, Ver. Clàudio Janta, nos postos de gasolina das estradas, de consumo de bebida alcoólica nas estradas. Não havia isso.

Bom, colocar a propaganda de cigarros e bebidas alcoólicas no mesmo patamar, acredito que seja uma medida importante, uma medida que vem ao encontro do que nós estamos aqui discutindo, Ver. Alberto Kopittke. Então esse tema é interessante e importante, e eu volto a dizer aqui que, quando nós debatemos a proibição, um projeto do Ver. João Carlos Nedel, que, neste momento, está votando contrariamente ao projeto que estamos aqui debatendo, quero dizer que, naquele momento – o Ver. João Carlos Nedel apresentou um projeto para proibir o fumo em locais fechados –, a nossa bancada não só deu apoio como votou unanimemente na defesa do projeto, porque entendíamos e entendemos que aqui não significa defender o capital, as grandes empresas fumageiras ou de bebidas alcoólicas; aqui significa ter uma postura em defesa da vida. É esse o debate que estamos aqui fazendo! E peço aqui a colaboração dos colegas Vereadores médicos desta Casa. Dos três médicos, dois estão presentes no debate: o Ver. Dr. Goulart e o Ver. Dr. Raul, falta um médico aqui no debate. Peço suas colaborações. E há um terceiro médico, que é um médico odontólogo, que está aqui conosco, o Ver. Manfro, que está ajudando a sustentar aqui o debate por uma visão contrária, que eu acredito que é um equívoco sob o ponto de vista da postura na defesa da Medicina. É um equívoco, neste momento, isso, porque o que nós temos que defender aqui é o princípio da vida tanto em relação às bebidas alcoólicas quanto em relação ao fumo. E aqui não estou sendo nenhum moralista.

A liberdade de fumar ou beber é de cada um; agora a motivação e...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. ENGº COMASSETTO: ...O Ver. Alberto aqui foi claro; disse que 83% dos jovens iniciam a fumar motivados pela propaganda. Isso também serve para as bebidas alcoólicas, e esta Casa já foi muito importante no projeto da Ver.ª Clênia Maranhão, que proibiu as bebidas alcoólicas em postos de gasolina e em lojas de conveniência, e nos projeto do Ver. João Carlos Nedel, que proibiu o consumo de cigarro em bares, restaurantes e locais fechados.

Portanto, Ver. João Carlos Nedel, agora coerência: tem que votar junto para dar continuidade a esse processo. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLL nº 114/13.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, se mais de 80% dos jovens começam a fumar, imaginem vocês quantos começam a beber! Chegam em um posto de gasolina, em uma loja de conveniência, em um restaurante, e está lá a exposição, sendo um atrativo para começarem a beber, com cartazes bonitos e estimulantes, que levam esses jovens a iniciarem o consumo da bebida. Isso nos levou a fazer esta emenda e a discutir o tema. Este é o início de discussão do tema. Temos a convicção de que o álcool faz mal às famílias, em todos os níveis sociais. O álcool não escolhe nível social; quando entra em uma família, abre a porta, entra e destrói, sejam desempregados, recicladores, industriais, banqueiros, produtores rurais. Quando o álcool entra em uma família, em uma casa, ele destrói. Imaginem o estrago que faz quando ele entra através dos jovens e dos adolescentes. Ele é a porta, é o inicio. O Ver. Dr. Goulart, o Ver. Dr. Raul, o Ver. Dr. Thiago e o Ver. Mario Manfro, que são profissionais da área da saúde, sabem muito bem do que eu estou falando. Ele é o inicio, é a porta de entrada para outras drogas que as pessoas começam a consumir. Eu acho que coibirmos o tabaco e o fumo é uma coisa importante; mas coibirmos o incentivo à publicidade ao álcool nesses estabelecimentos é muito mais importante para a vida, para as famílias, para garantir a prevenção. Já se fez campanha para proibir o álcool nas estradas, o que tem tido efeito, diminuíram bastante os acidentes. A Balada Segura, que a nossa Empresa Pública de Transporte e Circulação tem feito em Porto Alegre, tem surgido efeito. As pessoas que não consomem álcool já saem mais seguras à noite. Quando se pega uma estrada e há cidades próximas umas das outras, nos fins de semana as pessoas que dirigem nessas estradas já se sentem mais seguras em função da fiscalização, da proibição do consumo de álcool. Acho que quanto mais tivermos controle, quanto mais proibirmos a divulgação que traz incentivo ao consumo, mais faremos para garantir a integridade dos jovens e das famílias. Encaminhamos aos colegas que apreciem e votem a favor da nossa Emenda nº 02 que, além de proibir a divulgação do fumo também proíbe a divulgação de bebidas alcoólicas. Com muita força, fé e solidariedade, nós vamos dar dignidade aos nossos jovens da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLL nº 114/13.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde, senhoras e senhores, eu volto à tribuna para me manifestar a respeito da emenda do Ver. Clàudio Janta. Estava conversando com meu colega de bancada, o João Ezequiel, e aproveito o espaço para manifestar também a opinião dele, pois temos uma opinião similar a este projeto. Realmente, a bebida alcoólica é um grave problema, e há a nossa concordância com relação ao que foi exposto aqui anteriormente pelo Ver. Clàudio Janta. Eu ouvi alguns pronunciamentos, durante toda a tarde, nestes microfones da tribuna, e um deles me chamou bastante a atenção. Um destaque dado por um Vereador – se não me engano foi o Ver. Idenir Cecchim –, que disse que algumas pessoas sobem a esta tribuna para criticar o cigarro, criticar o álcool, mas são a favor da liberação da maconha. Eu gostaria de aproveitar este momento justamente para tocar neste ponto. Eu acredito que é totalmente unânime a concordância de todos aqui de que a maconha causa malefício à saúde. Causa malefício à saúde assim como o tabaco, assim como a bebida alcoólica, assim como todas as demais drogas lícitas ou ilícitas que são comercializadas em nosso País. Isso é uma unanimidade! Droga faz mal! Pode ser comprada em farmácia; se mal utilizada, se mal empregada, faz mal!

Eu aproveito o espaço para expor o pensamento unânime dentro do meu Partido: de que uma nova política para drogas é necessária neste País. Até então a pura e simples repressão ao tráfico das drogas ilegais não trouxe resultados efetivos. Nossos presídios estão lotados – lotados –, porque o tráfico é um mercado muito grande. Certo?! O nosso ataque com relação a isso é justamente tirar do tráfico o que lhe é mais precioso: o poder econômico. O poder econômico! É essa a discussão que o pessoal faz em torno dessa política, deste direcionamento: tirar o poder econômico do tráfico!

Eu, Ver. Prof. Alex Fraga, sou contra a utilização indiscriminada de qualquer substância que traga malefício à saúde. Eu fumei durante anos. Fumei durante anos. Parei. Dizem que ex-fumantes são chatos. Ex-fumantes são chatos, mas eu sei a dureza que é enfrentar toda aquela vontade que ainda tenho, mesmo tendo parado de fumar há décadas, ainda sinto vontade. O vício é uma coisa terrível, e o álcool é viciante, o tabaco é viciante. É isso que nós estamos discutindo aqui neste momento: uma forma de dar menos visibilidade a esses problemas que afetam a saúde da nossa população. Nós não estamos discutindo ideologia, cada um dos Vereadores dentro desta Casa tem a sua própria opinião. Até brinquei com o Ver. Idenir Cecchim, dizendo que o Ver. Dr. Raul manifestou um ponto de vista muito claro, muito objetivo, apesar da contrariedade de boa parte da bancada do Governo. Talvez por ser uma pessoa que trabalha na área da saúde e que esteja, diariamente, percebendo os malefícios e o dano que o tabaco causa aos nossos jovens e aos futuros adultos desta Nação. Eu aproveito o momento para destacar a fala do Ver. Dr. Raul, que foi muito precisa. Eu vou votar favoravelmente à proposta do Ver. Clàudio Janta, porque eu acho que a bebida alcoólica também é ruim, e, diminuindo a exposição, diminuindo a visibilidade desses produtos, a tendência é, realmente, a diminuição do consumo. Estamos falando aqui em saúde, não estamos falando em politicagem, por isso o teor suprapartidário desse tema. Precisamos analisar friamente, ultrapassando as esferas político-partidárias: que saúde pública nós queremos no nosso País? Queremos reduzir o consumo? Ou queremos estimulá-lo, deixar que o comércio e a indústria danosa à saúde continuem se proliferando, continuem ampliando o seu mercado, continuem ampliando os seus lucros? A questão econômica não pode sobrepujar as nossas vidas. Portanto, senhores, eu peço atenção a esse projeto e, em especial, à emenda do Ver. Clàudio Janta, que é muito boa. Eu e o Ver. João Ezequiel votaremos favoravelmente. Um abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Mario Manfro está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLL nº 114/13.

 

O SR. MARIO MANFRO: Presidente Mauro Pinheiro, caros colegas, prometo que não vou passar de um minuto. Só para deixar bem claro, Ver. Clàudio Janta, que eu vou votar contra a sua emenda, porque acredito que a sua emenda é muito maior do que o projeto, só por isso. Então, eu sou seu parceiro para um projeto seu nesse sentido. Assino junto, brigo junto, vamos fazer audiência pública, porque a proibição da propaganda da venda do cigarro já existe, Vereador. Esta já existe! E isso tem que ser deixado bem claro aqui neste plenário. O projeto do Ver. Kopittke é só sobre o expositor, é se pode ou não expor o cigarro, que é um produto legal, como disse o Prof. Alex, e, daqui a pouco, vai se transformar em ilegal, porque vai ter que ser escondido embaixo do balcão, porque não vai ter um expositor! É só isso! Eu quero chamar a atenção de quem nos ouve de que é só isso! A propaganda do cigarro já é proibida, já é proibida e acertadamente proibida. Tem que ser proibida! Mas, sem o expositor do cigarro, vai dificultar para o pequeno comerciante, vai dificultar para o grande comerciante: onde ele vai estocar, onde ele vai botar, onde ele vai expor o produto, que é legal? É uma contradição! Vai ter que esconder embaixo do balcão? O que é que ele vai fazer?

Ver. Clàudio Janta, o seu projeto, que restringe a propaganda de cerveja, de bebidas alcoólicas, enfim, que não existe, nesse eu sou seu parceiro para fazermos uma discussão séria sobre o assunto. A sua emenda, no meu ponto de vista, é muito maior do que o projeto. Por isso eu vou votar contra a emenda, para que a gente crie um projeto nesse sentido. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, por solicitação dos Vereadores Kevin Krieger e Clàudio Janta, a Emenda nº 02 ao PLL nº 114/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 11 votos SIM, 12 votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.

Em votação a Emenda nº 03, destacada, ao PLL nº 114/13. (Pausa.) O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLL nº 114/13, pela oposição.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, agradeço a oportunidade do debate, mais uma vez, tão relevante. Essa Emenda nº 03 é bastante simples e propõe que se autorize a colocação de uma placa um pouco maior do que uma folha de ofício informando que o estabelecimento vende cigarros. Eu acho importante lembrar que, no início do século no Brasil, e hoje, em muitos países da Europa e lugares dos Estados Unidos, a venda de cigarros só é autorizada em tabacarias, e por isso existem as tabacarias. Foi exatamente a partir da restrição da propaganda na TV e no jornal que as empresas de cigarro começaram a espalhar os pontos de venda, e o Brasil tem hoje 220 mil pontos de venda regulares de cigarro.

Em muitos países do mundo, e na Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde, está a recomendação para que se tire da visibilidade os cigarros. Mas eu gostaria de manter o debate sobre o conteúdo da proposta. Eu tenho uma pesquisa do Datafolha que mostra exatamente, assustadoramente, Ver.ª Mônica Leal, algo que me impressionou: 83% das propagandas de cigarro em lojas de conveniência ficam perto de balas e doces, para que as crianças vejam a propaganda. A Ver.ª Sofia leu os relatórios mundiais de marketing dessas empresas que foram vazados pela WikiLeaks, em que a grande orientação dessa publicidade são as crianças. E que a cor desses luminosos é a cor que mais atrai as crianças, a intensidade do brilho é preparada para não machucar os olhos e, sim, atrair os olhos das crianças. E isso tem resultado, isso é ciência, isso é marketing, isso é publicidade! É um comércio de publicidade em pontos de vendas que as empresas colocam de US$ 10 bilhões. E isso tem resultado! O Datafolha perguntou para as crianças, Ver. Pujol: “O que tinha na loja de conveniência para vender que tu lembras?” E 83% das crianças lembraram de bombons e chocolates; 42% – a segunda maior, disparada – lembraram que vendiam cigarros; refrigerantes estão em terceiro lugar, com menos de 20%. Funciona! Não é brinquedo, todos nós sabemos! Estamos falando de algo grande e que funciona para induzir crianças e adolescentes a iniciarem o tabagismo. E dificulta enormemente àquelas pessoas que querem parar de fumar, porque estão a toda hora se encontrando com a propaganda do cigarro. Então, é uma proposta, sim, importante.

Eu já destaquei aqui que nós estamos falando apenas de câncer de pulmão, que é uma das consequências, sem falar do infarto e do AVC, que eu não consegui os dados, mas imagino que sejam muito maiores. Porto Alegre tem aproximadamente 1.200 registros de câncer de pulmão ao ano. Isso é o dobro do número de assassinatos na Cidade. Então, parece-me um assunto realmente importante e agradeço a paciência. E eu gostaria de dar um último dado: 64% das pessoas se disseram favoráveis à retirada dos cigarros da visão do público em geral, 64% dos brasileiros e brasileiras se disseram a favor.

Portanto, acho que é um assunto que a sociedade começa a compreender a importância, e esta Casa tem uma oportunidade boa, importante de botar nossa Cidade – que infelizmente é a campeã do fumo do Brasil – a mudar essa realidade e a começar uma nova etapa. Muito obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLL nº 114/13.

 

O SR. MARCELO SGARBOSSA: Eu quero iniciar a minha fala lembrando do psicoterapeuta Mauro Kwitko, pois, em torno de quatro anos atrás, nós conversamos e ele se engajou nessa luta, fez reuniões. Eu participei, inclusive, de reuniões lá na sede do Vida Urgente, com inúmeras pessoas identificadas com a causa, justamente demonstrando – e o Ver. Alberto bem colocou – inúmeros dados que mostram a forma sutil como é feito, inclusive, para atingir aquelas pessoas ainda no período de formação, que são as crianças. O psicoterapeuta Mauro Kwitko justamente defende essa tese de que, quanto mais se visibiliza, mais, lá no inconsciente das pessoas, vai se naturalizando uma conduta.

E não é à toa que há alguns anos o fumar era um estilo, era um charme, o que hoje, graças a um acordar da sociedade e a um esclarecimento, a uma verdade que vem à tona, demore ou não, as pessoas se deram conta de que fumar é, inclusive, feio; não está mais na moda, é feio. E, obviamente – citei a emenda anteriormente, quando ocupei a tribuna –, se alguém aqui estiver preocupado que a propaganda do cigarro vai desaparecer, a emenda diz isso, que constará uma placa dizendo: “Vendem-se cigarros”. Agora, a placa regulamenta a forma como será feito. Ou seja, não terá ali mulheres bonitas, jogadores de futebol, toda aquela sedução, aquela vinculação equivocada para fazer parecer que quem fuma, ou quem bebe, tem alguma vantagem e tem um sucesso – entre aspas. Alguns Vereadores sobem aqui e dizem: “Eu não sou contra proibir”. Nós somos Vereadores, somos legisladores, o nosso trabalho, basicamente, é fazer leis que dizem o que pode e o que não pode – os direitos e os deveres. Então se alguém aqui fica incomodado por fazer proibições... E vejam: aqui não é uma proibição de caráter individual, nem poderia ser, e nem está sendo uma proibição ao fumo; está simplesmente se proibindo um incentivo. Portanto, qualquer fala que diga: “Eu também sou contrário ao cigarro”. Então aprove a lei, que é justamente nesse sentido, Ver. João Ezequiel. Não adianta usar outros argumentos, se nós estamos aqui fazendo uma lei que vai restringir, vai inibir, no mínimo.

Quero fazer aqui um reconhecimento. O Dr. Raul Fraga subiu à tribuna – não quero, Ver. Raul, fazer, com isso, algum racha na situação – e disse: “Olha, eu tenho uma tendência a votar favoravelmente ao projeto, porque entendo os males que faz. E, se, de alguma forma, o projeto visa a atenuar esses males, serei favorável”. Não se trata aqui de um projeto ideológico, um projeto do Partido dos Trabalhadores, um projeto da situação, um projeto da oposição. Trata-se de um projeto que, podem dizer o que digam, vai inibir o consumo sem proibir.

O Ver. Kevin Krieger, antes de subir aqui, falou que não gosta de lei que proíbe. A Ver.ª Mônica Leal, do Partido Progressista, fez uma lei que proíbe o uso de máscaras em manifestações. Não consigo entender, por isso falei até agora, Ver. Kevin, que nós estamos aqui, justamente, legislando sobre proibições e permissões. Então, não precisamos ter o constrangimento em votar leis que proíbem ou permitem, acho que esse é o nosso maior papel como representante dos votos que recebemos e da Cidade em seu todo. É um conjunto para não haver constrangimento, se temos que proibir ou permitir algo, fomos eleitos para isso. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 03, destacada, ao PLL nº 114/13.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu sei que todos os colegas Vereadores e as colegas Vereadoras já devem estar exaustos com a repetição dos argumentos que são trazidos aqui nesta tribuna. Da mesma forma, não tenho outros argumentos a apresentar, senão aqueles que já foram aqui apresentados, que apenas podem ser reavivados. Mas que fique bem claro que, especialmente, nesta emenda fazer mistura entre o fumo e a bebida alcoólica é impossível, a emenda não diz respeito à bebida alcoólica, se restringe à exposição do produto do fumo, cigarros e assemelhados nos locais de venda. Fato esse que é expressamente permitido pelo Ministério da Saúde, Ver. Dr. Goulart, que editou, no dia 31 de maio de 2014, Dia Mundial de Combate ao Fumo, o Decreto nº 8.262, que declara ser vedado, em todo território nacional, a propaganda comercial de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilé, ou outro produto fumígeno, derivado ou não de tabaco, com exceção apenas da exposição dos referidos produtos em locais de venda. Bom, evidentemente, que o que está excluído é exatamente isto: a exposição em locais de venda. Claro que aqui já até se acusou de propaganda subliminar, que tem cores e é reflexiva, para chamar a atenção das crianças. Mas, leiam bem o que diz a emenda, ela quer substituir por um cartaz onde está escrito: “Vendem-se cigarros”. Ali, além de cigarro, se vendem outras coisas. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não quero, de maneira nenhuma, colaborar para o cansaço mental de todos nós com essa extensa discussão, vamos nos encaminhar para o final dessa novelinha. Vamos afirmar, Ver. Janta, que essa não é uma emenda da sua autoria, V. Exa. não faz emenda desse jeito, V. Exa. não dá com a mão e tira com a outra; quando tem que fazer, faz do jeito que deve fazer.

Concluo, Sr. Presidente, exatamente nesta linha: vamos buscar, sem sonegar o direito de ninguém, defender posições, mas buscando não ser repetitivo, já que a matéria está mais do que esclarecida, vamos nos posicionar de uma vez por todas sobre esse assunto e dá-lo como findo. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 03, destacada, ao PLL nº 114/13.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, eu já tinha me manifestado anteriormente, vou votar contra esta emenda porque acho que não tem que ter placa nenhuma. Não pode fumar, não pode fumar; não pode expor, não pode colocar placa nenhuma. Eu queria convidar o Ver. Marcelo para dar uma volta comigo nos botecos, nos bares e nos armazéns. O Ver. Cecchim fala as coisas, e eu digo: “Cecchim, não fala isso para o Ver. Marcelo”. O Cecchim vive dizendo que V. Exa. viveu muito na Europa, na Itália. Quero dizer para V. Exa. que não há uma propaganda de cigarro com mulher bonita, com mulher gostosa, com ambientes legais; as propagandas de cigarro são com pessoas extremamente decompostas, todas elas, pessoas com mãos, com até genitália decomposta. Isso foi um avanço que houve contra a indústria fumageira. Só para corrigir esse detalhe. Onde tem mulheres bonitas, pessoas saradas é nas propagandas de bebidas alcoólicas: parece que a gente tomando aquela cervejinha não se criam essas barrigas de tanquinho que se tem, cria-se aquele corpo sarado, todas as mulheres ficarão como as que estão vendo, na verdade, não é isso que ocorre; depois tem que ir para a academia para puxar muito ferro. A bebida cria essa propaganda enganosa, o cigarro tem mostrado nas propagandas que existe a realidade, que o cigarro causa mal à saúde, câncer, impotência, uma série de males à saúde do povo brasileiro. Volto a dizer que nós temos que falar o que realmente acontece nesta tribuna, nos bairros, nas vilas e nas ruas de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio Janta, a Emenda nº 03 ao PLL nº 114/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM, 19 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.

Em votação o PLL nº 114/13. (Pausa.) O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 114/13, como autor.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, quero agradecer a oportunidade do debate. Acho que foi respeitoso, procurei trazer argumentos bastante claros. Lastimo que os verdadeiros beneficiários dessa discussão nunca apareçam na cena pública para defender os seu produto. Efetivamente, o objetivo maior aqui, e sempre que se debate cigarro, é fazer com que a indústria do cigarro saia da toca e das práticas que tem com a política no Brasil e venha à cena pública defender o seu produto, defender os seus argumentos! Não coloquem nisso os pequenos produtores rurais; aliás, essas regiões têm o maior índice de suicídio, porque as pessoas ficam intoxicadas com o agrotóxico. O maior índice de todos os tipos de câncer do Brasil é na região onde se planta fumo, exatamente pelo tipo do dano que essa indústria causa; ou eles colocam os pequenos produtores, os pequenos vendedores para defenderem seu produto. Mas esse não é um assunto de pequenos; esse é um assunto de grandes interesses financeiros. E eu realmente confio que o papel da política, independentemente da votação hoje, respeito a opinião de todos aqui, é uma reflexão apenas, o papel da política é contrariar o interesse financeiro em benefício do interesse público, da vida, da saúde pública. Por isso que a maior vitória dos últimos anos que se teve na política foi tirar o financiamento privado. Porém essa indústria, e eles sabem muito bem porque estão aqui assistindo, não deposita nas contas oficiais, ela tem outras formas de incentivos, de beneficiamentos, de relacionamentos, e é uma pena que assim seja, que não venha a público mostrar a sua cara! Isso também é uma forma de corrupção que a indústria faz. Não adianta ficar bradando por uma mudança da política lá em Brasília se o setor industriário não muda suas práticas. Então eu agradeço muito a oportunidade do debate. Realmente, lastimo que a nossa Cidade não tenha mais tido, nos últimos anos, a força e a coragem para enfrentar certos tabus, certos assuntos proibidos, e que, hoje, seja a campeã mundial de HIV, de tuberculose, seja a Cidade onde as pessoas mais fumam. E tudo fica no normal, nós ficamos achando que isso é normal. Eu acho uma pena que a Cidade não possa construir uma política de saúde com coragem, independente de interesses, que ela possa afirmar uma política em defesa da vida. Eu realmente acho que é uma lástima a orientação que a atual Administração Fortunati/ Melo fez sobre esse projeto. Em detrimento da vida, não permitiu que se prosseguisse o debate, com uma audiência pública, permitindo que a indústria do cigarro viesse aqui, permitindo que as associações envolvidas no assunto, em nível nacional, viessem aqui. Eu acho uma pena! Acho que perde a Cidade, acima de tudo. E a Administração Fortunati/ Melo, mais uma vez, demonstra que o seu interesse prioritário não é a saúde do porto-alegrense, mas são relações empresarias que beneficiam sabe-se lá quem. Então é uma pena uma concepção de cidade que está em discussão e que, infelizmente, a nossa Cidade vive. Trouxe argumentos racionais, pesquisas, e, infelizmente, não ouvi aqui um argumento em defesa do cigarro; não ouvi aqui um argumento em defesa da publicidade do cigarro, que ela torna a nossa Cidade melhor. Demonstrei que 1,2 mil pessoas morrem de câncer em Porto Alegre, que 25% da nossa juventude já faz uso do cigarro, e nós, infelizmente, não vamos poder avançar nesse assunto que eu considero tão importante. Mas sempre atento, Ver. Bernardino Vendruscolo. Os assuntos começam assim, e eu tenho certeza de que, no futuro, a posição desta Casa há de mudar com o bom debate da política e da democracia. Muito obrigado, Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. DELEGADO CLEITON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à discussão e votação do PLL nº 065/15. Após retornaremos à ordem normal.

Sr. Presidente, solicito a prorrogação da Sessão por mais duas horas.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Sofia Cavedon, o Requerimento de autoria do Ver. Delegado Cleiton, solicitando a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM e 01 voto NÃO.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 114/13.

    

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; senhoras e senhores, eu recebi pedido de apoio de ambos os lados. Todos muito fraternos, os colegas, quando precisam do voto, e aqui é um momento de descontração. Mas eu vou declinar apoio ao autor do projeto, porque não é uma questão de apoio. Nós todos temos bandeiras, defendemos ideias aqui, e como eu sei que nenhum Vereador e nem a sociedade estão entendendo como um prejuízo votar o projeto do autor, Ver. Alberto Kopittke, não tem porque, Vereador, eu não votar com o seu projeto.

Só vou lembrar aos colegas o seguinte: são duas situações; hoje tu vais ao médico, e aqui nós temos médicos, e a primeira pergunta que os colegas médicos fazem: o senhor fuma? É um divisor de águas. Se tu fumas, tem um comportamento; se não fumas, tem outro. Mas não se trata deste assunto aqui. Até é verdade. Não se trata mesmo. Mas porque eu vou ficar incentivando publicidade de alguma coisa que é muito condenada hoje?! Esta é uma questão.

A outra questão que nós precisamos enfrentar, também, e eu acho que trabalho neste sentido, Ver. Alberto Kopittke, nós precisamos ter muita clareza. Até há alguns anos não se debatiam esses assuntos. Muitas famílias construíram o seu patrimônio, criaram os seus filhos, com a plantação de fumo. O Estado tem o seu orçamento dependendo dos recursos, dos impostos que advêm do fumo. A União também.

Então, nós temos que ter muita certeza sobre essas coisas, não podemos passar para a sociedade que nós não temos essa leitura da situação, mas é um avanço, é um avanço sim, e eu vou trazer outra lembrança. Eu tenho impressão, Vereadores, de que hoje, quando nós fazemos um seguro de automóvel, tem aquilo que agrava e aquilo que beneficia, vamos dizer assim. Dependendo da sua profissão, o seguro do automóvel de um sujeito pode ter um agravante. Pode custar mais, dependendo de um questionário que tu preenches, e tu não podes falhar, sobe pena de, se houver um sinistro, tu não teres a cobertura esperada.

Eu tenho a impressão de que, no futuro, as empresas de plano de saúde, para fazerem um orçamento, o cidadão vai preencher um cadastro: o senhor fuma, Sr. Bernardino? É um valor; se não fuma, é outro valor. Só para lembrá-los aqui. Mas eu vou votar com o Ver. Alberto Kopittke. Então, peço a compreensão dos prezados colegas que me fizeram o mesmo pedido, porém, com uma outra opinião.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 114/13.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Muito bem, eu serei breve. Pedi a inscrição para encaminhar o assunto, justamente, porque não consegui esgotar as minhas argumentações na última fala. Eu gostaria muito de fazer uma colocação, em virtude do que antes – dentro das discussões anteriores – foi colocado pelo Ver. Mario Manfro. O senhor colocou que a qualidade do produto pode ser afetada se um comerciante, por um acaso, não puder colocar os cigarros dentro do expositor, e tenha que guardá-los num local escuro, úmido. As empresas podem fornecer dispenser, só não pode ter a rotulagem; só não pode aparecer a marca do cigarro, só não pode ter a vinculação com o produto. Mas ele pode – pelo que eu entendi –, não há nenhum impedimento de que a empresa forneça o equipamento necessário à boa conservação dos cigarros. Pode colocar em cima da caixa registradora, só que coloca uma imagem de um quadro de Romero Britto, pode ser colocada uma paisagem, o Laçador. A questão toda é, nesses materiais que são usados na divulgação pela indústria do tabaco, que não seja vinculada à imagem ou à logomarca do produto, mas um dispenser pode ser viabilizado. Não pode ter exposição, a publicidade do material. Esta é a questão. Tem que haver o cuidado com os produtos que são vendidos em estabelecimentos comerciais por parte do empresário, do empreendedor. Então, eu acho que este seu argumento é ruim, ele não contribui para a rejeição. Peço que os Vereadores analisem de outra forma; se algum de vocês ficou tocado por este argumento, que o desconsidere.

O meu colega de bancada, João Ezequiel, é fumante e optou por não falar. De repente, o Ver. João Ezequiel tem um apego emocional muito grande, como eu tive com o cigarro. É uma coisa complicada. Eu acho que nós devemos nos abster das questões emocionais. Se a pessoa está emocionalmente afetada porque está legislando contra um amigo muito querido e de longa data, isso não deve interferir nos seus pensamentos. Reforço mais uma vez o nosso posicionamento. Nós, da bancada do PSOL, achamos que este projeto é meritório; ele pode, justamente, diminuir o consumo desse produto e ter uma contribuição significativa para a melhoria da qualidade de vida e da saúde das nossas futuras gerações. Então, que Porto Alegre não tenha mais propaganda de produtos fumageiros dentro dos estabelecimentos comerciais. Esperamos. Não só eu, como o sistema de saúde. Uma boa tarde. Vamos à votação. Faço votos e espero, mesmo, que o projeto do Ver. Alberto Kopittke tenha a aprovação. A esperança é a última que morre, Ver. Alberto Kopittke. Apesar dos pesares, esta pauta, que é suprapartidária, é fundamental para agregar qualidade de vida na nossa Cidade. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 114/13.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, a nossa bancada, com exceção do Presidente, pela sua vinculação, acho que isso explica, mas se complica, porque, de fato, nós não estamos atingindo uma comodidade do vendedor. O Ver. Kopittke, com sua iniciativa, fez a identificação, fez a leitura, que especialistas já fizeram, de que pontos de venda são a nova estratégia de marketing das empresas que produzem cigarros, para vendê-los. São estratégias de marketing, não são comodidades ou imperiosas adaptações dos estabelecimentos. Esse fenômeno da multiplicação dos pontos de venda – me alcança aqui o material, Ver. Kopittke – é que eu acho importante socializar. Eu acho que a importância de um projeto de lei é o debate que se faz em torno dele, pois, cedo ou tarde, vai se acumulando e vai se compreendendo. A partir de 2000, com a restrição de propaganda na mídia de massa, houve uma adaptação por parte das empresas de tabaco, que ampliaram os pontos de venda e passaram a usar outras estratégias sofisticadas de marketing. Em recentes reportagens, uma empresa revelou que “tem de inundar o varejo com seus maços, de forma que o consumidor ache o produto em qualquer lugar do Brasil. Os cigarros que saem das duas fábricas – de Uberlândia/MG e de Cachoeirinha/RS – abastecem 260 mil pontos de vendas no Brasil”. Segundo Regina Blessa, que é uma publicitária especializada em marketing, a visão é responsável por 83% da percepção da pessoa humana. Os olhos escaneiam a quilômetros as mercadorias e os produtos promocionais. Não é à toa que a qualquer loja que a gente vá, como aqui nas Americanas, a trincheira para chegar ao caixa para pagar o produto que você já comprou é uma trincheira lotada de produtos que são supérfluos. Tu passas por bombom, por salgadinho, por isso, por aquilo, por aquele outro. Tu vais passando por essa trincheira, e teu olho, que é um scanner, vai percebendo e ativando desejos. Então, não é pequeno, não é um problema de desacomodação do produto; é, sim, enfrentar e reconhecer que há uma estratégia de marketing poderosíssima atingindo os nossos jovens, os nossos adolescentes, as pessoas que tentam parar de fumar: mães, gestantes, que, ao fazer um grande esforço para parar de fumar, são atingidas regularmente, premeditadamente e com muito dinheiro, porque há um investimento muito grande nessa estratégia de marketing.

“Os pontos de vendas espalhados por lojas de conveniência, supermercados, bancas de jornal, padarias e até cabeleireiros... Também foram criados temporários em milhares de eventos culturais e esportivos em todo o País, e, nesses eventos, esses pontos de venda estão em ambientes coloridos, divertidos, temáticos, luminosos, especialmente atrativos e sedutores aos jovens. O ponto de venda é a única mídia que reúne três elementos sociais essenciais para uma compra: consumidor, dinheiro e produto. O índice brasileiro de decisão no ponto de venda é o maior do mundo, 85% de todas as compras são resolvidas diante do ponto de venda.” Eu queria trazer esses elementos para dizer que é importante que nós não brinquemos com um tema desse.

Quero concluir dizendo que aqui foi tentando fazer equivalência com a propaganda do automóvel. E eu concordo, votei a favor da emenda que restringia a propaganda do álcool, porque nós sabemos que é isso, que a exposição ao produto é a maior força de um produto. E esse produto está numa cadeia econômica enorme, tem muitos trabalhadores, mas todos nós sabemos que é criminoso estimular pessoas a fumar, estimular crianças e adolescentes, é criminoso. Por             quê? Porque é provocar doença precoce, é provocar a morte das pessoas. A nossa bancada votará a favor deste projeto, que tem muito mérito, mérito pela vida.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Dr. Goulart, o PLL nº 114/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 10 votos SIM, 14 votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, o Requerimento de autoria do Ver. Delegado Cleiton solicitando a alteração da ordem de priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à discussão e votação do PLL nº 065/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 21 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 00742/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 065/15, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que altera a al. a do caput do art. 1º da Lei nº 3.033, de 30 de junho de 1967 – que fixa os feriados municipais –, e alterações posteriores, declarando feriado municipal o dia 20 de novembro e consagrando-o Dia da Consciência Negra e da Difusão da Religiosidade. Com Emenda nº 01.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CUTHAB, CECE e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Carlos

Casartelli: pela aprovação do Projeto e pela rejeição da Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 22-06-15.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLL nº 065/15. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 065/15. (Pausa.) Como a Emenda nº 02 é de minha autoria, convido a Ver.ª Jussara Cony para assumir a presidência dos trabalhos.

 

(A Ver.ª Jussara Cony reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Cassio Trogildo, a Emenda nº 02 ao PLL nº 065/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Um voto SIM e 16 votos NÃO. Não há quórum.

Está encerrada a Ordem do Dia e os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h09min.)

 

* * * * *